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CERVEJA
Alvo é união AmBev-Interbrew
Pedido da Schincariol é aceito por Seae e SDE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) e a SDE
(Secretaria de Direito Econômico) aceitaram o pedido da Schincariol para contestar a aliança da
cervejaria brasileira AmBev com
a belga Interbrew.
A Schincariol terá 20 dias para
apresentar ao governo estudos
econômicos sobre os efeitos que a
associação poderá provocar na
concorrência no setor de cervejas.
A empresa tem afirmado que a
operação poderá afetar a concorrência no mercado brasileiro.
Devido ao pedido da Schincariol, o processo de análise da associação será mais longo que o previsto. Inicialmente, a expectativa
dos próprios órgãos de defesa da
concorrência era que a avaliação
seguisse um rito sumário, pois a
Interbrew não atua no mercado
brasileiro.
A impugnação apresentada pela
Schincariol exigirá, no entanto,
que o processo siga os ritos tradicionais. A SDE informou ontem
que a análise do ato de concentração será feito de forma conjunta
com a Seae, o que acelera o ritmo
de tramitação. A operação terá de
ser julgada também pelo Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
As duas secretarias têm adotado
essa praxe em atos de concentração de grande relevância. Técnicos das secretarias já realizaram
duas reuniões para tratar do assunto.
Segundo a Schincariol, a operação poderá reforçar o poder de
monopólio da AmBev, que detém
uma elevada participação no
mercado atualmente. Além disso,
poderá ampliar seu portfólio de
produtos e dar viabilidade a práticas predatórias, pois cria uma
empresa com potencial financeiro ainda maior.
A AmBev e a Interbrew anunciaram no início de março a operação de aliança. A associação foi
informada oficialmente aos órgãos de defesa da concorrência no
dia 16 de março. O valor estimado
do negócio é de US$ 11,5 bilhões.
Disputa
A Schincariol é dona da marca
Nova Schin, que ganhou participação de mercado. Segundo dados da consultoria Nielsen, referentes a fevereiro, a marca passou
a deter uma fatia de 13% do mercado, contra 12,6% de janeiro.
Já a Brahma perdeu uma pequena parcela de participação, passando de 18,2% para 17,8%. A
Skol, líder de mercado, detinha
30,4% naquele mês. Ambas pertencem à AmBev.
As duas empresas travaram
uma disputa por novos consumidores nas últimas semanas, que
ganhou destaque no mercado publicitário. A AmBev contratou o
cantor Zeca Pagodinho, antigo
garoto-propaganda da Nova
Schin, para um comercial, no qual
dizia que havia ido "provar outro
sabor", mas "voltado".
O contra-ataque veio por meio
de uma peça publicitária, com um
sósia do cantor, que insinua que
Zeca Pagodinho teria recebido
US$ 3 milhões para trocar de cerveja. As duas propagandas acabaram suspensas por liminares.
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