|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TARIFAS
Reajuste médio, autorizado a partir de hoje, supera taxa de inflação em 12 meses; em São Paulo, CPFL adota correção de 12,7%
Conta de luz aumenta até 19% em 4 Estados
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A partir de hoje, as tarifas de
energia elétrica devem subir, em
média, até 19,13% em quatro Estados, superando a inflação acumulada nos últimos 12 meses. O aumento foi autorizado ontem pela
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e vai atingir 10 milhões de consumidores.
Para os consumidores residenciais, o aumento vai variar de
8,45% a 16,08%. Entre os consumidores industriais, o reajuste varia de 17,42% até 28,31% -esses
aumentos são maiores porque há
uma redução, já prevista, dos subsídios para esse tipo de consumidor. As distribuidoras poderão, se
quiserem, aplicar reajustes menores que os autorizados pela Aneel.
O maior aumento ocorrerá em
Minas Gerais, onde a Cemig poderá, em média, elevar sua tarifa
em 19,13%. A CPFL, que atende
234 municípios no Estado de São
Paulo, promoverá um reajuste
médio de 12,74%. No caso da Cemat (MT) e da Enersul (MS), as
tarifas subirão em média 14,81% e
17,02%, respectivamente.
Em todos os casos, as tarifas cobradas de consumidores residenciais sofrerão uma elevação menor. Em São Paulo, por exemplo,
a conta de luz das residências e
dos estabelecimentos comerciais
estão 8,45% mais caras. No caso
das indústrias o aumento ficará
entre 17,42% e 27,30%, dependendo do consumo da empresa.
Os reajustes a serem efetuados
pela Cemig -os maiores autorizados- ficarão em 14,78% para
consumidores residenciais e comerciantes e poderão chegar a
28,31% para as indústrias.
Nos últimos 12 meses, o IGP-M
(Índice Geral de Preços do Mercado), índice que corrige parcela
dos custos das distribuidoras, teve
alta de 5,08%. No período, o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) subiu 5,89%.
O reajuste ao consumidor superou a inflação devido à alta do dólar ocorrida ainda em 2002, quando, às vésperas das eleições presidenciais, a cotação da moeda norte-americana chegou perto dos
R$ 4, e no começo de 2003.
O aumento nas tarifas autorizado no ano passado não repassou
ao consumidor toda a variação
cambial dos 12 meses anteriores.
O governo adiou o repasse, que
será feito em 2004 e 2005, para reduzir as pressões sobre os indicadores de inflação.
Mesmo desconsiderado o impacto da desvalorização do real, a
Cemig elevou sua tarifa em
19,55% no ano passado -e teria
promovido um aumento sete
pontos percentuais maior, se não
fosse a decisão de adiar o repasse.
Neste ano, a Cemig elevaria suas
tarifas em 7,22% se não fosse considerado o impacto da alta do dólar ocorrida desde 2002. O aumento promovido pela CPFL, por
sua vez, seria de 5,06%.
Além de considerar a variação
da inflação, esses valores refletem
o índice de produtividade de cada
distribuidora, calculado pela
Aneel, além da aplicação de um
redutor (Fator X) sobre o IGP-M,
índice de reajuste previsto nos
contratos. Entre os itens incluídos
no cálculo do redutor, está o índice de satisfação do consumidor
com os serviços das distribuidoras -quanto menor o índice,
maior o desconto.
As datas para os aumentos de
tarifas pelas distribuidoras estão
previstas nos contratos. Os reajustes da Eletropaulo (SP) devem
ser decididos em julho, e os da
Light (RJ), em novembro.
Em nota, a Abradee (associação
das distribuidoras) informou que
os reajustes foram "influenciados
pela elevação dos encargos e do
custo de transmissão de energia".
Texto Anterior: Inadimplência: Cresce o número de consumidores com dívida atrasada em São Paulo Próximo Texto: Cerveja: Pedido da Schincariol é aceito por Seae e SDE Índice
|