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EXPANSÃO MUNDIAL
Relatório preliminar projeta expansão de 9,5% em 2006 e 9% em 2007, com queda da demanda
FMI prevê desaceleração da China em 2007
DA BLOOMBERG
O crescimento econômico da
China se desacelerará em 2007, e a
aceleração da expansão da Europa e do Japão sustentará a economia mundial, segundo uma versão preliminar do relatório "Perspectiva Econômica Mundial" do
FMI (Fundo Monetário Internacional), obtida pela Bloomberg.
O crescimento da China deve se
desacelerar para 9,5% em 2006 e,
em seguida, recuar para 9% em
2007, o nível mais baixo desde
2001, segundo trechos do relatório preliminar.
Analistas atribuem a desaceleração a uma provável queda da
demanda estrangeira por produtos chineses e interpretaram o relatório do FMI como um indicativo de que a redistribuição do crescimento da economia mundial
está próxima.
"A China precisa migrar para o
consumo interno", disse Peter
Morici, economista da Universidade de Maryland. "Eles não podem continuar promovendo o
crescimento de suas exportações
ao ritmo que elas têm crescido até
agora. O espaço nos Wal-Marts
da vida é limitado."
A economia da China, estimulada por seu superaquecido setor
exportador, foi uma das que tiveram o crescimento mais acelerado na última década, com taxas de
expansão que variaram de aproximadamente 8% a 10%.
A China precisará adotar mais
mudanças em suas políticas para
manter esse ritmo, incluindo um
esforço para encontrar consumidores em outros mercados que
não o dos Estados Unidos, disse
Morici. Outros analistas concordaram com ele.
A queda no crescimento chinês
para 9% em 2007 sugere que o
FMI prevê que a "China finalmente começará a mudar a orientação de sua economia, concentrando-se no crescimento interno, em vez de no crescimento puxado pelas exportações", disse
Phillip Swagel, ex-economista do
FMI e pesquisador no Instituto
Empresarial Norte-americano de
Washington. "Isso está implícito
na desaceleração da economia",
disse ele.
Economia dos EUA
O crescimento dos EUA também perderá impulso, mantendo-se no nível de 3,3% computado no
ano passado, segundo o relatório
preliminar. O relatório mostra
que o FMI reduziu em 0,1 ponto
percentual sua estimativa para a
expansão dos Estados Unidos em
2007, para 3,6%.
Os EUA, que têm sido o motor
do crescimento mundial, precisam enfrentar a alta dos preços do
petróleo e a desvalorização do
câmbio, caso contrário devem observar o crescimento previsto para sua economia continuar a recuar, disse Morici.
Andrew Pyle, diretor do setor de
mercados de capital da Scotia Capital de Toronto, no Canadá, afirmou que a esperança de alcançar
a estabilidade para a economia
mundial pode estar nas mãos da
Europa.
O relatório preliminar revela
que os responsáveis pelas estimativas do FMI "estão contando
com o G7 [grupo dos sete países
mais industrializados] para sustentar o crescimento", afirmou
Pyle. "Eles estão contando com o
fato de que os europeus se sairão
melhor."
Tarifas
A União Européia começou ontem a impor tarifas sobre calçados
importados da China e do Vietnã,
que seriam subsidiados ilegalmente pelas economias asiáticas.
As taxas começam em 4,8% para sapatos chineses e 4,2% para os
vietnamitas, mas subirão até atingir 19,4% para a China e 16,8% para o Vietnã em setembro.
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