São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006

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ECONOMIA GLOBAL

Desemprego fica em 4,7%; Bolsas e títulos do Tesouro caem

EUA criam 211 mil vagas em março

DA REDAÇÃO

A economia dos Estados Unidos gerou 211 mil empregos em março, movimento que reduziu a taxa de desemprego para 4,7% no mês, o menor nível em quatro anos.
Em fevereiro, o desemprego havia ficado em 4,8%. Nesse mês, foram criados 225 mil empregos, de acordo com dados revisados divulgados ontem. Já em janeiro, a economia norte-americana criou 154 mil vagas.
O resultado, divulgado pelo Departamento de Trabalho, sugere que a expansão forte da economia está fazendo com que empresas contratem mais funcionários.
"O mercado de trabalho está ótimo", disse Bill Cheney, economista-chefe do John Hancock Financial Services. "As empresas estão indo bem atualmente. Os lucros estão aumentando. Eu acho que as empresas estão em um ponto em que se sentem confortáveis contratando funcionários."

Ações e títulos
O resultado, porém, fez caírem ações e títulos do Tesouro dos Estados Unidos devido à preocupação de que o mercado de trabalho forte, em que os salários tendem a subir, possa pressionar a inflação.
A inflação mais alta, por sua vez, faria com que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) tivesse que aumentar os juros, o que desaceleraria a economia.
A taxa de juros está hoje em 4,75% nos EUA. O Fed vem aumentando os juros em todas as suas reuniões desde junho de 2004, e analistas esperam que haja pelo menos mais uma ou duas altas de 0,25 ponto percentual nos juros.
A taxa de juros mais alta nos Estados Unidos é prejudicial aos países emergentes, como o Brasil. Quando os títulos norte-americanos, considerados os mais seguros, rendem mais, os investidores tendem a tirar dinheiro de países emergentes, onde o risco é maior, para investir lá.
O principal índice da Bolsa de Nova York, o Dow Jones, caiu 0,86%, fechando a 11.120 pontos. Já a Nasdaq caiu 0,94%, ficando em 2.339 pontos no fechamento de ontem.
O rendimento do título do Tesouro americano com vencimento em dez anos ficou ontem em 4,99%, o mais alto desde 2002. A expectativa de que o Fed vá subir mais ainda a taxa de juros gera menor procura por esses títulos, o que por sua vez faz os juros pagos por eles subirem.


Com agências internacionais

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