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NEGÓCIOS
Múlti italiana compra mais uma empresa nacional e amplia a participação no mercado de derivados de leite
Parmalat paga R$ 150 milhões pela Batavo
FLÁVIO ARANTES*
da Agência Folha, em Carambeí
A Parmalat anunciou oficialmente ontem a compra da marca
Batavo. A multinacional italiana
adquiriu 51% da Batávia S.A., empresa que controla a marca e as fábricas que industrializam os produtos Batavo.
O valor do negócio não foi divulgado. A Agência Folha apurou
que a Parmalat pagou cerca de R$
150 milhões pela marca.
A Batavo detém cerca de 12% do
mercado nacional de iogurtes,
atrás da Danone e da Nestlé. Com
a aquisição, a Parmalat passa a
controlar 19% do mercado, à frente da Nestlé.
A Parmalat também consolida
sua posição de líder no segmento
de leite longa vida. A empresa, que
já tinha 23% de participação, com
a incorporação da Batavo passa a
dominar 27% do mercado.
Carlos Monteiro, diretor financeiro da Parmalat, diz que a aquisição da Batavo reforça a estratégia da empresa de se tornar em
cinco anos líder na indústria de
alimentos no país. Hoje é a sexta.
A empresa faturou R$ 1,1 bilhão
no ano passado.
Desde 1989, a Parmalat já adquiriu 16 empresas no Brasil, investindo cerca de US$ 500 milhões.
Além do segmento de lácteos, a
Parmalat está interessada também
no setor de aves e embutidos da
Batavo, mercado em que a múlti
italiana ainda não atua no país.
Em três anos, a Batavo deve receber um investimento de R$ 80
milhões, esperando aumentar seu
faturamento em 30%. Em 1997, a
Batavo faturou R$ 483 milhões.
Para este ano projeta mais 10%.
Engenharia
A Batávia é uma empresa nova,
que só surgiu dentro da engenharia montada para a venda.
A marca Batavo pertence à
CCLPL (Cooperativa Central de
Laticínios do Paraná). Para se associar à Parmalat, a CCLPL criou a
Batávia, de capital aberto.
Na Batávia, a cooperativa passa a
deter 49% do capital. Esse capital é
formado basicamente pelas instalações físicas da cooperativa. A
Parmalat passa a deter 51%.
A engenharia foi necessária para
acomodar os interesses das três
cooperativas que controlam a
CCLPL: Castrolanda, Arapoti e
Batavo. Os 1.800 cooperados resistiram à parceria.
Aldo Luiz Marquardt, diretor-superintendente da Batávia,
ex-diretor da CCLPL, diz que a
busca de um parceiro privado nasceu da necessidade de encontrar
fontes de financiamento e de mudar a filosofia da cooperativa.
"Nós precisamos estar voltados
para o mercado, não para a produção", afirmou. Além disso, havia uma dívida de R$ 69 milhões.
Para ele, se a Batavo não se associasse, a alternativa seria encolher
e buscar um nicho de mercado.
O repórter
Flávio Arantes viajou a convite da
Parmalat/Batavo.
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