São Paulo, quarta, 8 de abril de 1998

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NEGÓCIOS
Múlti italiana compra mais uma empresa nacional e amplia a participação no mercado de derivados de leite
Parmalat paga R$ 150 milhões pela Batavo

FLÁVIO ARANTES*
da Agência Folha, em Carambeí

A Parmalat anunciou oficialmente ontem a compra da marca Batavo. A multinacional italiana adquiriu 51% da Batávia S.A., empresa que controla a marca e as fábricas que industrializam os produtos Batavo.
O valor do negócio não foi divulgado. A Agência Folha apurou que a Parmalat pagou cerca de R$ 150 milhões pela marca.
A Batavo detém cerca de 12% do mercado nacional de iogurtes, atrás da Danone e da Nestlé. Com a aquisição, a Parmalat passa a controlar 19% do mercado, à frente da Nestlé.
A Parmalat também consolida sua posição de líder no segmento de leite longa vida. A empresa, que já tinha 23% de participação, com a incorporação da Batavo passa a dominar 27% do mercado.
Carlos Monteiro, diretor financeiro da Parmalat, diz que a aquisição da Batavo reforça a estratégia da empresa de se tornar em cinco anos líder na indústria de alimentos no país. Hoje é a sexta. A empresa faturou R$ 1,1 bilhão no ano passado.
Desde 1989, a Parmalat já adquiriu 16 empresas no Brasil, investindo cerca de US$ 500 milhões.
Além do segmento de lácteos, a Parmalat está interessada também no setor de aves e embutidos da Batavo, mercado em que a múlti italiana ainda não atua no país.
Em três anos, a Batavo deve receber um investimento de R$ 80 milhões, esperando aumentar seu faturamento em 30%. Em 1997, a Batavo faturou R$ 483 milhões. Para este ano projeta mais 10%.

Engenharia
A Batávia é uma empresa nova, que só surgiu dentro da engenharia montada para a venda.
A marca Batavo pertence à CCLPL (Cooperativa Central de Laticínios do Paraná). Para se associar à Parmalat, a CCLPL criou a Batávia, de capital aberto.
Na Batávia, a cooperativa passa a deter 49% do capital. Esse capital é formado basicamente pelas instalações físicas da cooperativa. A Parmalat passa a deter 51%.
A engenharia foi necessária para acomodar os interesses das três cooperativas que controlam a CCLPL: Castrolanda, Arapoti e Batavo. Os 1.800 cooperados resistiram à parceria.
Aldo Luiz Marquardt, diretor-superintendente da Batávia, ex-diretor da CCLPL, diz que a busca de um parceiro privado nasceu da necessidade de encontrar fontes de financiamento e de mudar a filosofia da cooperativa.
"Nós precisamos estar voltados para o mercado, não para a produção", afirmou. Além disso, havia uma dívida de R$ 69 milhões.
Para ele, se a Batavo não se associasse, a alternativa seria encolher e buscar um nicho de mercado.


O repórter Flávio Arantes viajou a convite da Parmalat/Batavo.



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