São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

BC já tem estudos prontos para baixar o compulsório

O Banco Central já está com todos os estudos praticamente concluídos sobre como se dará a redução do recolhimento compulsório sobre os depósitos bancários. Isso ficou claro num seminário fechado realizado ontem, em São Paulo, entre diretores e técnicos do Banco Central e economistas de diversas tendências.
Os técnicos do BC apresentaram estudos acadêmicos mostrando que a redução do compulsório irá provocar uma queda importante sobre os juros. Estavam presentes ao seminário, e pelo Banco Central, os diretores Gustavo Mattos e Paulo Cavalheiro e os chefes de departamento Altamir Lopes e Carlos Hamíltom, além de diversos técnicos.
O seminário era para discutir risco bancário e estabilidade financeira, mas o que mais chamou a atenção dos economistas foram os trabalhos sobre o compulsório. Há pouco tempo, esse assunto não estava na pauta das prioridades do BC.
Ficou claro, para uma boa parte dos economistas, que o Banco Central irá começar o processo de redução do recolhimento compulsório com a eliminação das alíquotas adicionais criadas no auge da crise de 2002 -de 8% sobre os depósitos à vista e a prazo e de 10% sobre a poupança, que hoje não fazem mais sentido. Uma aberração, na opinião de um economista presente.
Essas alíquotas foram criadas no apagar das luzes do governo FHC, quando o BC começou a ter dificuldades de captar recursos do sistema financeiro com a venda de títulos públicos. A alternativa de Armínio Fraga, que estava à frente do BC na época, foi criar essas alíquotas adicionais do compulsório para enxugar a liquidez do mercado.
Esse adicional criado há cinco anos já soma R$ 47 bilhões, quase 30% do total do compulsório que está depositado no Banco Central. Será por aí que o governo deverá começar a mexer no compulsório.
O mais importante, no entanto, e que os trabalhos do Banco Central procuraram demonstrar, é que uma eventual redução do compulsório não terá efeitos inflacionários tampouco servirá para engordar os lucros dos bancos.
O Banco Central mostrou que o compulsório representa uma parcela importante do juro e pode ajudar a baixar o "spread" bancário. Além disso, como o crédito já vem aumentando, não será o ingresso desse dinheiro do compulsório que terá efeito inflacionário.

Setor siderúrgico vai investir US$ 16,7 bilhões
Nos próximos cinco anos, o setor siderúrgico vai investir US$ 16,7 bilhões em seu parque instalado.
O caráter dos investimentos atuais tem uma diferença em relação ao investimento realizado entre 1994 e 2006, logo após as privatizações no setor. Naquela época, foram destinados US$ 18,9 bilhões voltados especificamente para a modernização.
Segundo Marco Polo, vice-presidente executivo do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), as necessidades eram diferentes naquele momento. "Enquanto o resto do mundo estava fazendo investimentos na capacidade instalada, o Brasil ainda precisava de modernização para ficar competitivo."
Agora chegou a vez de o país investir em capacidade instalada. A partir do ano passado, o setor reiniciou o ciclo de investimento com o objetivo de aumentar a capacidade de produção dos atuais 37 milhões de toneladas para 50 milhões de toneladas de aço em 2012.
O IBS apresentará os números no 20º Congresso Brasileiro do setor, entre os dias 28 e 30 de maio, em SP.
Dentro do programa de 2007 a 2012, segundo o Marco Polo, cerca de US$ 700 milhões serão destinados à área ambiental.
Em 2007, as vendas internas devem aumentar 7%, enquanto as exportações brasileiras de produtos siderúrgicos devem crescer 9%.

EM CASA
A rede Estanplaza, especializada em hospedagem, eventos e condomínios de longa permanência, prepara-se para inaugurar um novo empreendimento em São Paulo, o Upscale Estanconfor. A marca Estanconfor é uma divisão da rede para condomínios residenciais com serviços, chamados de soluções de conforto. Com a inauguração do Upscale, um dos objetivos, segundo Lúcio Suriano, presidente da rede Estamplaza, é reduzir as características que façam lembrar hotelaria. A portaria, por exemplo, não se parece com uma recepção de hotel. Outra diferença está no tamanho dos apartamentos, que passaram a ser maiores. O público-alvo, segundo Suriano, são executivos que se mudam com as famílias e pessoas que "querem viver sem o constrangimento de ter uma estrutura de comodidades domiciliares".

NOVOS DESAFIOS
Depois de nove anos no cargo, Paulo Saab deixa hoje a presidência da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos). Paulo Saab considera que está concluído seu trabalho na entidade e agora parte para um novo desafio.

PARCERIA
A Ticket Car, segmento para gestão de frotas do grupo Ticket, acaba de fechar contrato para uma parceria com a rede Esso. Com isso, o benefício passará a ser aceito em 92% dos municípios brasileiros que tenham mais de 30 mil habitantes. A Ticket também está assumindo os clientes corporativos da Esso, que usavam o EssoCard. Com o acordo, a Ticket Car, que movimentou R$ 880 milhões no ano passado, espera crescer 22% em 2007.

AMBIENTE
Eduardo Braga (PMDB), governador do Amazonas, e José Goldemberg, secretário estadual do meio ambiente, são os convidados do 7º Seminário Lide. O tema será o "Desenvolvimento Econômico com Preservação Ambiental", dia 15, no Hotel Renaissance, em SP.

ÀS COMPRAS
Cerca de 65% dos consumidores preferem comprar o presente do Dia das Mães à vista, com cheque, dinheiro ou cartão de débito, segundo pesquisa da Fecomercio SP. Apenas 29% pretendem usar cartão de crédito, que, no entanto, é a forma mais esperada por 55% dos comerciantes, contra 32% que esperam pagamento à vista. A Fecomercio SP divulga hoje a pesquisa completa sobre as expectativas para o Dia das Mães.

FORNO
Uma das maiores indústrias de ingredientes de panificação, a austríaca Backaldrin entra neste mês no país, com acordo com a mineira Vilma Alimentos.

VINHO ON-LINE
A procura por vinhos da Miolo Wine Group que não são encontrados facilmente no varejo estimulou as vendas do produto pelo site da empresa. A busca por vinhos como o Lote 43, exclusivo no site e varejo da Miolo em Bento Gonçalves, Merlot Terroir e Quinta do Seival Cabernet Sauvignon, levam a empresa a projetar o crescimento em dobro de vendas pelo canal até 2008. Hoje, o comércio eletrônico representa 4% do faturamento, de R$ 60 milhões em 2006.

LATINAS
As ações ordinárias da Usiminas começaram a ser negociadas no Latibex, que reúne papéis de latino-americanas na Bolsa de Madri.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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