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Fernão e Régis terão leilão em outubro
Governo anuncia desoneração na licitação de 7 trechos de rodovias federais para reduzir pedágio; edital sai amanhã
Leilões serão simultâneos para, segundo ministério, "afastar qualquer possibilidade de combinação ou de conluio"
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após quatro meses de incerteza sobre as concessões de rodovias federais, o governo prometeu ontem realizar no dia 16
de outubro o leilão de sete trechos de estradas, entre elas a
Fernão Dias (São Paulo -Belo
Horizonte) e a Régis Bittencourt (São Paulo -Curitiba).
As licitações foram incluídas
no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), mas seu
processo se arrasta desde 1999,
ora interrompido pelo governo
ora pelo TCU (Tribunal de
Contas da União). Em janeiro, a
Casa Civil paralisou o processo
para mudanças no edital.
Segundo o ministro dos
Transportes, Alfredo Nascimento, as mudanças no edital
buscam reduzir o valor dos pedágios. A principal alteração será o fim da cobrança de ônus
das outorgas (pagamento pelo
direito de explorar a concessão) e a desoneração de PIS/
Cofins nas obras nas rodovias.
O governo também deve realizar o leilão de todos os lotes simultaneamente, para "afastar
qualquer possibilidade de combinação ou de conluio", afirmou o ministro.
A taxa de retorno do investimento, criticada pelo setor, foi
mantida em 12,88%.
Para evitar novos questionamentos, o governo elaborou
um cronograma para a licitação. No dia 25, o edital entra em
audiência pública e será enviado ao TCU. Deve ser publicado
em 16 de julho, já com eventuais sugestões da audiência e
do tribunal.
Com o fim da exigência de
outorga, o principal fator de
competição entre as empresas
no leilão será o valor da tarifa.
Os detalhes dessa concorrência na prática só deverão ser conhecidos amanhã, quando o
formato final do edital for divulgado.
A eliminação deste ônus
também provocará perdas de
arrecadação para o governo,
mas o ministério disse não dispor de uma estimativa. A título
de comparação, em 2005 as
concessionárias de rodovias arrecadaram R$ 5,4 bilhões e pagaram 6,2% disso, ou R$ 336
milhões, como outorga.
Para o presidente da ANTC
(Associação Nacional dos
Transportes de Carga e Logística), Geraldo Vianna, a desoneração proposta pelo governo é
"muito positiva", mas o ideal
seria isenção total também do
Imposto de Renda e da CSLL
(Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido).
"A isenção de IPI atende nosso reclamo, é muito positiva.
Mas temos que forçar mais um
pouquinho, com pressão política a gente consegue", disse.
Na avaliação de Vianna, seria
possível chegar a 20% de desconto no valor do pedágio se as
concessionárias não pagassem
tais tributos. "O DNER [extinto
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem] cuidava da
rodovia e não pagava imposto.
Com os tributos, o governo se
livra de um gasto e ganha uma
fonte de renda", criticou.
Trava ambiental
Nascimento disse que sua
pasta enfrenta problemas de licença ambiental na região Norte. Na BR-319, por exemplo, a
Ufam (Universidade Federal
do Amazonas), tida como neutra, vai elaborar o Eia/Rima
(estudo de impacto ambiental)
para resolver contestações do
Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis).
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