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MINERAÇÃO
Segunda rodada de licitações registra interesse por 21 das 23 áreas
Propostas para petróleo e gás surpreendem ANP
CHICO SANTOS
ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO
A segunda rodada de licitações
para exploração e produção de
petróleo e gás no país terminou
com um saldo surpreendente e
bem diferente do da primeira versão, promovida em junho do ano
passado.
Das 23 áreas que a ANP (Agência Nacional do Petróleo) levou a
leilão ontem, apenas duas ficaram
sem propostas -uma em bacia
terrestre e outra na marítima. Em
99, sobraram 15 das 27 áreas ofertadas.
A estatal Petrobras, ex-detentora do monopólio do petróleo no
país, mais uma vez voltou a se
destacar em presença e negócios
bem-sucedidos, repetindo a performance da primeira rodada. Arrematou, sozinha ou em consórcios, oito das nove áreas que disputou.
A ANP, órgão do governo responsável pelas licitações, arrecadou neste ano R$ 468,26 milhões
com as licitações, 45,6% a mais do
que foi arrecadado no ano passado.
Os índices de uso de equipamentos e serviços de empresas
nacionais previsto para as várias
etapas da busca de petróleo e gás
também cresceram. Na fase de exploração, passaram de cerca de
27% no ano passado para 41%
neste ano.
Para a fase de desenvolvimento
da produção do que for encontrado, o índice de nacionalização
passou de cerca de 28% para 47%.
A maioria (12) dos blocos foi
disputada por mais de uma empresa ou consórcio, o que resultou em ágios sobre o preço mínimo da concessão. O maior deles
foi oferecido por um bloco marítimo da bacia de Santos (38.659%),
pago pela Petrobras em consórcio
com a British Gas e a YPF.
O preço mínimo refere-se, na
verdade, ao chamado bônus de
assinatura, um valor quase simbólico diante dos vultosos investimentos do setor petrolífero.
Até mesmo áreas localizadas em
bacias terrestres, desprezadas na
primeira rodada, foram alvo de
competição.
David Zylbersztajn, diretor-geral da ANP, disse que definia a licitação com uma só palavra: sucesso. Ele também considera natural a grande participação da Petrobras. "Afinal, estamos no Brasil", disse.
Para ele, o estranho seria fazer
alguma restrição à participação
da estatal. O processo de desmonopolização, acrescentou, se reflete no aumento do número de
empresas nesse mercado, em especial no de grupos nacionais.
Das 44 empresas habilitadas a
participar do leilão, 27 compareceram, das quais 17 saíram vitoriosas. Das 21 áreas leiloadas com
sucesso, 14 contavam com a presença de empresas brasileiras entre os vencedores.
Além das petrolíferas que já
atuam no país, como Shell e YPF,
mais três novas empresas estarão
operando no setor. Entre elas,
destaca-se a Marítima, empresa
nacional que representou a Rainier Engineering.
Segundo o presidente da Marítima German Efromovich, essa
empresa é o sócio financeiro baseado nos EUA. Protagonista do
episódio envolvendo atraso na
entrega de plataformas para a Petrobras, a Marítima levou quatro
áreas para exploração de petróleo,
tendo disputado seis. A portuguesa Petrogal também está debutando no mercado nacional, assim
como a PanCanadian e a South
Korea Corporation.
Os australianos da Fay RichWhite e os alemães da Wintershall bem que tentaram entrar no
mercado interno, mas seus lances
pelas concessões não foram suficientes.
Outras três brasileiras estão na
corrida por petróleo e gás: Norberto Odebrecht, Queiroz Galvão
e Ipiranga.
Petrobras
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Coutinho Barbosa, disse que a empresa
teve como principal estratégia arrematar todos os blocos da bacia
de Santos. Segundo ele, é a última
área do país passível de descobertas gigantes. No ano passado, a
empresa descobriu um campo na
área, com reservas estimadas em
até 700 milhões de barris.
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