|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÉDITO
Aumenta a fatia de depósitos à vista que os bancos podem emprestar
Banco Central tenta colocar mais dinheiro na economia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central deu um novo
alívio ao caixa dos bancos para estimular a concessão de crédito e
incentivar a redução das taxas de
juros cobradas dos clientes.
Os bancos terão mais R$ 3,3 bilhões para dispor livremente, graças à redução de 55% para 45% no
compulsório sobre os depósitos à
vista. A medida entra em vigor no
final deste mês e pode induzir à
redução do custo do crédito.
De resto, pode ser o primeiro sinal de que a política de juros do
BC pode ficar menos rígida, ao
contrário do que vinha ocorrendo
desde o início da turbulência na
economia dos EUA.
Pela regra atual, os bancos devem deixar retidos compulsoriamente no BC 55% da média dos
depósitos mantidos pelos seus
clientes em contas correntes. Ou
seja, de cada R$ 100, os bancos entregam R$ 55 para o BC.
A partir de 23 deste mês, quando o compulsório cai para 45%
para um grupo de bancos, o recolhimento será de apenas R$ 45 ao
BC. O processo segue nas duas semanas seguintes, até que em 3 de
julho todo o sistema financeiro
seja beneficiado.
Na prática, a redução do compulsório significa que os bancos
terão mais dinheiro em caixa. Os
recursos podem ser usados livremente, inclusive na compra de títulos públicos, mas o BC acha que
uma boa parcela do dinheiro será
dirigida ao crédito de empresas e
pessoas físicas.
Essa é a terceira vez que o compulsório sobre depósitos à vista é
reduzido desde outubro do ano
passado, quando o Banco Central
começou a colocar em prática um
conjunto de medidas para reduzir
os juros cobrados dos tomadores
finais de crédito. A queda mais recente entrou em vigor em março
passado.
"Decidimos pela nova redução
do compulsório porque constatamos que nas vezes anteriores os
benefícios estavam sendo repassados ao consumidor", disse o diretor de Assuntos Internacionais
do BC, Daniel Gleizer.
Segundo Gleizer, os juros continuarão caindo pelo menos até julho por causa da última redução
do compulsório. Normalmente,
esse tipo de medida tem efeito sobre o sistema financeiro durante
três ou quatro meses depois de
adotada.
O diretor do BC disse que a queda do compulsório é totalmente
compatível com o cumprimento
da meta de inflação, que neste ano
deve ficar entre 4% e 8%.
Texto Anterior: Mineração: Propostas para petróleo e gás surpreendem ANP Próximo Texto: Varejo: Dia dos Namorados deve vender 6% mais Índice
|