São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2000


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CRÉDITO
Aumenta a fatia de depósitos à vista que os bancos podem emprestar
Banco Central tenta colocar mais dinheiro na economia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central deu um novo alívio ao caixa dos bancos para estimular a concessão de crédito e incentivar a redução das taxas de juros cobradas dos clientes.
Os bancos terão mais R$ 3,3 bilhões para dispor livremente, graças à redução de 55% para 45% no compulsório sobre os depósitos à vista. A medida entra em vigor no final deste mês e pode induzir à redução do custo do crédito.
De resto, pode ser o primeiro sinal de que a política de juros do BC pode ficar menos rígida, ao contrário do que vinha ocorrendo desde o início da turbulência na economia dos EUA.
Pela regra atual, os bancos devem deixar retidos compulsoriamente no BC 55% da média dos depósitos mantidos pelos seus clientes em contas correntes. Ou seja, de cada R$ 100, os bancos entregam R$ 55 para o BC.
A partir de 23 deste mês, quando o compulsório cai para 45% para um grupo de bancos, o recolhimento será de apenas R$ 45 ao BC. O processo segue nas duas semanas seguintes, até que em 3 de julho todo o sistema financeiro seja beneficiado.
Na prática, a redução do compulsório significa que os bancos terão mais dinheiro em caixa. Os recursos podem ser usados livremente, inclusive na compra de títulos públicos, mas o BC acha que uma boa parcela do dinheiro será dirigida ao crédito de empresas e pessoas físicas.
Essa é a terceira vez que o compulsório sobre depósitos à vista é reduzido desde outubro do ano passado, quando o Banco Central começou a colocar em prática um conjunto de medidas para reduzir os juros cobrados dos tomadores finais de crédito. A queda mais recente entrou em vigor em março passado.
"Decidimos pela nova redução do compulsório porque constatamos que nas vezes anteriores os benefícios estavam sendo repassados ao consumidor", disse o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Daniel Gleizer.
Segundo Gleizer, os juros continuarão caindo pelo menos até julho por causa da última redução do compulsório. Normalmente, esse tipo de medida tem efeito sobre o sistema financeiro durante três ou quatro meses depois de adotada.
O diretor do BC disse que a queda do compulsório é totalmente compatível com o cumprimento da meta de inflação, que neste ano deve ficar entre 4% e 8%.


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