São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2005

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MARCHA LENTA

Mercado interno perde fôlego no 1º quadrimestre, afirma IBGE

Exportação volta a sustentar produção industrial em 2005

DA SUCURSAL DO RIO

Passada a reação do mercado interno no final de 2004, os primeiros meses deste ano mostram que as exportações voltaram a ser o principal fator de dinamismo da indústria, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo Sílvio Sales, chefe da Coordenação de Indústria do IBGE, especialistas esperavam maior equilíbrio entre a contribuição do mercado interno e a do externo para a expansão da indústria em 2005, o que ainda não houve no primeiro quadrimestre.
Segundo ele, exportações e a maior oferta de crédito "foram os principais" fatores de dinamismo da indústria neste ano. Sob impacto dos dois, subiu a produção de alimentos (3,5%), veículos (3,2%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (4,9%). Esses ramos estão entre os que mais contribuíram positivamente para a indústria em abril, e parte dos seus produtos, como açúcar, celulares e veículos, é destinada às exportações.
O crédito, diz Sales, fez com que o ramo de bens de consumo durável (automóveis, celulares, eletrodomésticos e outros) tivesse um desempenho melhor no quadrimestre do que os não-duráveis.
Esperava-se, de acordo com Sales, que os não-duráveis, mais consumidos no mercado interno, tivessem um resultado melhor em 2005 graças à melhora do mercado de trabalho. No final do ano passado, eles esboçaram uma recuperação, que não se repetiu no início deste ano.
Em abril, as principais pressões negativas vieram de dois ramos de não-duráveis: farmacêutica (-6,2%) e bebidas (-5,1%). Também prejudicaram o desempenho da produção os setores de máquinas e equipamentos (-4%) e produtos de metal (-4,7%).
Em relatório, o Bradesco destacou que o perfil de crescimento da indústria piorou neste ano, com menos setores em expansão e queda de bens de capital, o que sinaliza a redução do nível de investimentos na economia. A produção da categoria caiu 2,9% de março para abril, na taxa com ajuste sazonal. "O crescimento da produção industrial não é tão harmônico e uniforme como em 2004", diz o banco.
Marcelo Cipriano, economista do BankBoston, ressalta, porém, que a retração dos bens de capital está "muito localizada" em máquinas agrícolas por causa da quebra de safra deste ano e que as encomendas seguem firmes.
Diz ainda que o dado de abril trouxe "uma boa notícia": o aumento de 3,4% dos insumos da construção civil, que tem grande peso na taxa de investimentos.


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