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MARCHA LENTA
Mercado interno perde fôlego no 1º quadrimestre, afirma IBGE
Exportação volta a sustentar
produção industrial em 2005
DA SUCURSAL DO RIO
Passada a reação do mercado
interno no final de 2004, os primeiros meses deste ano mostram
que as exportações voltaram a ser
o principal fator de dinamismo da
indústria, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo Sílvio Sales, chefe da
Coordenação de Indústria do IBGE, especialistas esperavam
maior equilíbrio entre a contribuição do mercado interno e a do
externo para a expansão da indústria em 2005, o que ainda não
houve no primeiro quadrimestre.
Segundo ele, exportações e a
maior oferta de crédito "foram os
principais" fatores de dinamismo
da indústria neste ano. Sob impacto dos dois, subiu a produção
de alimentos (3,5%), veículos
(3,2%) e material eletrônico e
equipamentos de comunicações
(4,9%). Esses ramos estão entre os
que mais contribuíram positivamente para a indústria em abril, e
parte dos seus produtos, como
açúcar, celulares e veículos, é destinada às exportações.
O crédito, diz Sales, fez com que
o ramo de bens de consumo durável (automóveis, celulares, eletrodomésticos e outros) tivesse um
desempenho melhor no quadrimestre do que os não-duráveis.
Esperava-se, de acordo com Sales, que os não-duráveis, mais
consumidos no mercado interno,
tivessem um resultado melhor em
2005 graças à melhora do mercado de trabalho. No final do ano
passado, eles esboçaram uma recuperação, que não se repetiu no
início deste ano.
Em abril, as principais pressões
negativas vieram de dois ramos
de não-duráveis: farmacêutica
(-6,2%) e bebidas (-5,1%). Também prejudicaram o desempenho
da produção os setores de máquinas e equipamentos (-4%) e produtos de metal (-4,7%).
Em relatório, o Bradesco destacou que o perfil de crescimento da
indústria piorou neste ano, com
menos setores em expansão e
queda de bens de capital, o que sinaliza a redução do nível de investimentos na economia. A produção da categoria caiu 2,9% de
março para abril, na taxa com
ajuste sazonal. "O crescimento da
produção industrial não é tão harmônico e uniforme como em
2004", diz o banco.
Marcelo Cipriano, economista
do BankBoston, ressalta, porém,
que a retração dos bens de capital
está "muito localizada" em máquinas agrícolas por causa da
quebra de safra deste ano e que as
encomendas seguem firmes.
Diz ainda que o dado de abril
trouxe "uma boa notícia": o aumento de 3,4% dos insumos da
construção civil, que tem grande
peso na taxa de investimentos.
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