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Setor de alimentos
já registra retração
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Houve uma mudança no desempenho de vendas do setor de
alimentos nos últimos dois meses,
invertendo a curva de crescimento verificada no primeiro trimestre. Lojas e indústrias perceberam
a patinada -na comparação com
meses imediatamente anteriores.
O setor alimentício apresenta
um comportamento padrão: a
queda ou o aumento no consumo
dos produtos têm relação direta
com as variações no nível de renda do trabalhador.
O tropeço já foi verificado por
grandes e médias lojas. O grupo
Pão de Açúcar, a maior rede de
supermercados do país, informou
em seu último balanço mensal de
vendas que "o quadro da economia ainda é incerto, o que torna
difícil prever o comportamento
do consumo nos próximos meses", relata. "O mês de abril e a
primeira metade de maio já nos
dão sinais que o varejo foi afetado
negativamente, quer seja pelo elevado volume de compromissos já
assumidos pelos consumidores,
quer seja pela inversão na curva
de crescimento de renda. Dessa
forma, estamos mais prudentes
nas nossas afirmações sobre as
vendas de 2005", declara o grupo.
É a primeira vez que a rede faz
declarações nesse sentido após o
início da recuperação nas vendas
de alimentos -que começou a se
desenhar no ano passado.
Na rede D'Avó Supermercados,
nos meses de abril e maio houve
uma "esfriada" na demanda.
"Vendemos mesmo o que estava
em oferta", diz Marcio Mota, diretor da empresa.
Com a renda sem esboçar recuperação real e o aumento da inadimplência do consumidor
-que ajuda a limitar os gastos-
somados à escalada dos juros, essa retração era previsível, dizem
lojas e a Abia, órgão da indústria.
"Ainda cremos, porém, numa alta
nas vendas do setor de 3,5% a 4%
no ano", diz Denis Ribeiro, economista da entidade. Na indústria
foi registrada queda de 4,9% na
produção de alimentos em abril
em relação a março, informou a
Abia. Em comparação a abril de
2004, houve alta de 7,4% -ontem, o IBGE também verificou
elevação sobre 2004.
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