São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2005

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Setor de alimentos já registra retração

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Houve uma mudança no desempenho de vendas do setor de alimentos nos últimos dois meses, invertendo a curva de crescimento verificada no primeiro trimestre. Lojas e indústrias perceberam a patinada -na comparação com meses imediatamente anteriores.
O setor alimentício apresenta um comportamento padrão: a queda ou o aumento no consumo dos produtos têm relação direta com as variações no nível de renda do trabalhador.
O tropeço já foi verificado por grandes e médias lojas. O grupo Pão de Açúcar, a maior rede de supermercados do país, informou em seu último balanço mensal de vendas que "o quadro da economia ainda é incerto, o que torna difícil prever o comportamento do consumo nos próximos meses", relata. "O mês de abril e a primeira metade de maio já nos dão sinais que o varejo foi afetado negativamente, quer seja pelo elevado volume de compromissos já assumidos pelos consumidores, quer seja pela inversão na curva de crescimento de renda. Dessa forma, estamos mais prudentes nas nossas afirmações sobre as vendas de 2005", declara o grupo.
É a primeira vez que a rede faz declarações nesse sentido após o início da recuperação nas vendas de alimentos -que começou a se desenhar no ano passado.
Na rede D'Avó Supermercados, nos meses de abril e maio houve uma "esfriada" na demanda. "Vendemos mesmo o que estava em oferta", diz Marcio Mota, diretor da empresa.
Com a renda sem esboçar recuperação real e o aumento da inadimplência do consumidor -que ajuda a limitar os gastos- somados à escalada dos juros, essa retração era previsível, dizem lojas e a Abia, órgão da indústria. "Ainda cremos, porém, numa alta nas vendas do setor de 3,5% a 4% no ano", diz Denis Ribeiro, economista da entidade. Na indústria foi registrada queda de 4,9% na produção de alimentos em abril em relação a março, informou a Abia. Em comparação a abril de 2004, houve alta de 7,4% -ontem, o IBGE também verificou elevação sobre 2004.


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