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Com Gol, Varig internacional ainda não "decola"
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Após investir pesado na compra da Varig, fator que foi decisivo para o prejuízo que apresentou no primeiro trimestre
deste ano, a Gol tem nas mãos
hoje uma companhia que suspenderá todos os vôos intercontinentais até o final deste
ano e que se volta para o mercado interno e a América do Sul.
Quando foi adquirida pela
Gol, em março de 2007, os planos eram transformar a VRG,
como foi nomeada após ser
vendida, em uma empresa aérea com foco nos vôos internacionais e oferecendo um serviço premium no mercado interno. Do projeto, apenas a segunda parte se mantém.
Pressionada pelo aumento
dos preços dos combustíveis, a
companhia anunciou em 11 de
abril deste ano que não operaria mais vôos para Cidade do
México, Madri e Paris -dessa
forma, a empresa concentrará
as operações internacionais na
América do Sul em vôos para
Bogotá, Buenos Aires, Caracas
e Santiago do Chile.
No Brasil, a Varig continua a
voar para as principais capitais.
Segundo os últimos dados da
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), a companhia
tem hoje 7,96% dos vôos domésticos e 18,66% dos vôos internacionais entre as companhias brasileiras. A sua taxa de
ocupação nos vôos internacionais foi de 50%, percentual
considerado baixo.
Quando comprou a Varig, a
Gol demorou para conseguir
aviões para realizar vôos intercontinentais. Tinha pressa, já
que devia retomar algumas rotas para outros países no prazo
dado pela Justiça -novembro
de 2007-, sob pena de perdê-las para a concorrência.
Os primeiros aviões que chegaram não estavam em bom estado e tiveram que ser configurados para vôos intercontinentais, o que leva tempo.
Passageiros que procuraram
a Varig, lembrando dos bons
tempos da companhia aérea,
não encontraram o serviço esperado.
O mau desempenho da Varig
se refletiu no balanço. No primeiro trimestre deste ano, a
Gol teve um prejuízo de R$ 74,1
milhões, puxado principalmente pelo resultado ruim da
empresa adquirida em 2007.
Quando o balanço do primeiro trimestre foi divulgado, o
presidente da Gol, Constantino
de Oliveira Júnior, disse que,
entre o valor da aquisição, investimentos e perdas com as
operações internacionais, a Gol
já investiu R$ 1 bilhão na Varig.
A empresa informou na ocasião
que, excluindo a Varig dos resultados, a Gol teria tido lucro
de R$ 200 milhões, pelo padrão
contábil norte-americano.
Na época, a Gol informou a
revisão para baixo da sua projeção de frota e também que pretende devolver os Boeings-737/
300 e 767/300, padronizando a
frota somente com Boeings-737/700 e 737/ 800.
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