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Salário mínimo é referência para reajustes
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento real que o salário
mínimo vem conquistando
desde 2003 serve de referência
nas negociações salariais de categorias menos organizadas.
Esse fato, somado ao aumento de demanda por prestadores
de serviços, em conseqüência
da expansão do emprego e da
renda, tem resultado em ganhos reais para trabalhadores
que antes não conseguiam sequer recuperar as perdas da inflação no contracheque.
"A doméstica recebe reajuste
toda vez que o salário mínimo
aumenta. Ele serve de parâmetro para nossa categoria. Nas
regiões em que existe o mínimo
regional, como São Paulo e Rio,
por exemplo, os reajustes são
ainda melhores", diz Creuza
Maria Oliveira, presidente da
Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos.
"Mas é bom lembrar que ainda há problemas gravíssimos
na categoria, como a baixa escolaridade, a falta de registro e
até mesmo o trabalho quase escravo em regiões como o Nordeste", diz a sindicalista. No
país, existem cerca de 8 milhões de empregados domésticos, segundo o IBGE.
A média salarial de uma costureira em São Paulo e Osasco é
de R$ 850 -25% maior do que a
do ano passado (R$ 650), segundo o sindicato da categoria.
Esse aumento ocorreu porque no ano passado o sindicato
conseguiu criar a função de
costureira-piloto -profissional capaz de desenhar, moldar,
cortar e costurar uma peça.
"Conseguimos negociar em
R$ 732 o piso mínimo para a
costureira-piloto. Por isso, o salário médio da categoria subiu
mais que a inflação [INPC, índice mais usado nas negociações salariais]", diz Eunice Cabral, presidente do sindicato.
Na capital paulista e em
Osasco são 80 mil costureiras
com carteira assinada. A sindicalista estima que outras 180
mil trabalhem na informalidade. A data-base da categoria é
em julho. "O nosso pedido é de
reajuste de 15% neste ano e temos boas chances de conseguir
esse aumento", diz.
Os trabalhadores nas indústrias de calçados de Franca têm
obtido aumento real de salário
desde 2000, segundo Paulo
Afonso Ribeiro, presidente do
sindicato da categoria. O piso
salarial é de R$ 520 e o salário
médio, de R$ 660. Em fevereiro, data-base da categoria, o
reajuste salarial dos sapateiros
na região foi de 7%.
"O setor calçadista não está
mais em crise. Em 1997, a indústria de calçados de Franca
empregava 14 mil pessoas e hoje emprega 23 mil. As empresas
se adaptaram a um novo modelo de produção, inclusive estabelecendo novos nichos de
mercado. Há cinco anos, o setor
exportava para 35 países. Hoje
são mais de 80", diz.
(FF e CR)
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