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foco
FMI afirma que "é hora de virar a página" e anuncia mudanças na entidade
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Em mais um passo em sua
luta para evitar o mesmo
destino do extinto pássaro
dodô, o Fundo Monetário
Internacional anunciou ontem que mudará o foco de
suas atividades futuras. A
atenção principal passará
das reformas internas da entidade para ações que a tornem mais relevante tanto no
atual cenário econômico
mundial como para os países-membros.
"É hora de virar a página",
disse o diretor-gerente da
entidade, o francês Dominique Strauss-Kahn, aos membros do conselho executivo,
em reunião do dia 18 de junho cujo teor só foi divulgado ontem. "Nosso trabalho
de reestruturação do FMI
está agora bem avançado,
mas nossa tarefa de redirecionar [a ação] do Fundo está apenas começando."
A fase de mudanças internas -redução de custos que
envolveu um programa de
demissões voluntárias, a rediscussão e o realinhamento
da representação e do sistema de cotas dos países-membros e a mudança no
modelo de receita- dá lugar
no holofote para um conjunto de prioridades que "ajudará os sócios a encararem os
desafios do século 21".
O FMI as dividiu em quatro, a começar por auxiliar os
membros nas "crises iminentes e tarefas urgentes",
que incluem a atual dos combustíveis e dos alimentos e a
do mercado financeiro causada pela crise hipotecária. O
Fundo prevê ainda a implantação de um sistema de vigilância mais eficiente na prevenção de crises futuras.
A entidade pretende reformar seu instrumentos de
empréstimo. Até o final do
século passado, essa era a
sua razão de ser. No entanto,
com o pagamento das dívidas pelos principais devedores, como o Brasil, a importância do mecanismo foi diminuída. Com isso, ficou ultrapassado todo o funcionamento do organismo, que
agora busca se reinventar.
O FMI se compromete
ainda a implantar novas ferramentas de organização e
práticas de trabalho, principalmente nas áreas que lidam com economias em desenvolvimento e pesquisas.
Por fim, há o compromisso
de aproveitar a recente reformulação de cotas de participação dos países-membros, que deu mais poder de
voz a emergentes como o
Brasil, para avançar a agenda
de governança do Fundo.
Os resultados serão avaliados na reunião anual, em outubro, mas alguns pontos
"devem ir além" do encontro, prometeu Strauss-Kahn.
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