São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

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foco

FMI afirma que "é hora de virar a página" e anuncia mudanças na entidade

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Em mais um passo em sua luta para evitar o mesmo destino do extinto pássaro dodô, o Fundo Monetário Internacional anunciou ontem que mudará o foco de suas atividades futuras. A atenção principal passará das reformas internas da entidade para ações que a tornem mais relevante tanto no atual cenário econômico mundial como para os países-membros.
"É hora de virar a página", disse o diretor-gerente da entidade, o francês Dominique Strauss-Kahn, aos membros do conselho executivo, em reunião do dia 18 de junho cujo teor só foi divulgado ontem. "Nosso trabalho de reestruturação do FMI está agora bem avançado, mas nossa tarefa de redirecionar [a ação] do Fundo está apenas começando."
A fase de mudanças internas -redução de custos que envolveu um programa de demissões voluntárias, a rediscussão e o realinhamento da representação e do sistema de cotas dos países-membros e a mudança no modelo de receita- dá lugar no holofote para um conjunto de prioridades que "ajudará os sócios a encararem os desafios do século 21".
O FMI as dividiu em quatro, a começar por auxiliar os membros nas "crises iminentes e tarefas urgentes", que incluem a atual dos combustíveis e dos alimentos e a do mercado financeiro causada pela crise hipotecária. O Fundo prevê ainda a implantação de um sistema de vigilância mais eficiente na prevenção de crises futuras.
A entidade pretende reformar seu instrumentos de empréstimo. Até o final do século passado, essa era a sua razão de ser. No entanto, com o pagamento das dívidas pelos principais devedores, como o Brasil, a importância do mecanismo foi diminuída. Com isso, ficou ultrapassado todo o funcionamento do organismo, que agora busca se reinventar.
O FMI se compromete ainda a implantar novas ferramentas de organização e práticas de trabalho, principalmente nas áreas que lidam com economias em desenvolvimento e pesquisas. Por fim, há o compromisso de aproveitar a recente reformulação de cotas de participação dos países-membros, que deu mais poder de voz a emergentes como o Brasil, para avançar a agenda de governança do Fundo.
Os resultados serão avaliados na reunião anual, em outubro, mas alguns pontos "devem ir além" do encontro, prometeu Strauss-Kahn.


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