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Petrobras quer investir R$ 2 bi em mais 22 navios
Para a licitação, 27 empresas já foram convidadas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Subsidiária da Petrobras, a
Transpetro lançou em 2005 o
programa de renovação de sua
frota de petroleiros, mas, mesmo sem a entrega de nenhuma
das 26 unidades encomendas, a
estatal anunciou ontem a segunda fase do projeto. Essa rodada prevê a contratação de
mais 22 navios, ao custo estimado de R$ 2 bilhões.
Concluída em 2006, a licitação da primeira etapa previa a
contratação dos chamados estaleiros virtuais, que não possuíam ainda instalações montadas. Dois deles -o Rio Naval
(grupos MPE, Iesa e Sermetal)
e Atlântico Sul (Camargo Corrêa e Queiróz Galvão)- venceram a maior parte dos contratos e vão construir, ao todo, 19
embarcações.
Segundo o presidente da
Transpetro, Sérgio Machado, o
Atlântico Sul deve começar a
"cortar o aço" do primeiro dos
dez petroleiros na próxima semana. Mas a Transpetro ainda
não assinou os contratos com o
Rio Naval porque o grupo não
fechou um terreno para instalar o estaleiro.
O Rio Naval pretendia construir as nove embarcações -orçadas em cerca de R$ 1 bilhão-
na área do antigo estaleiro Ishibrás, na região do porto do Rio.
O consórcio negocia há mais de
seis meses com os proprietários do local -a Inepar Administração e Participações e a
Fator Empreendimentos-,
mas não chegou ainda a um
bom termo.
Para Machado, porém, não
há atraso. O presidente da
Transpetro disse que não existe
necessidade de esperar a conclusão dos navios porque atualmente a indústria tem capacidade instalada excedente -os
estaleiros podem processar até
565 mil toneladas de aço/ano,
mas a utilização está em 380
mil toneladas por ano.
Além do Rio Naval, o estaleiro Itajaí, vencedor da disputa
por três navios da primeira fase, também enfrentou problemas. O antigo controlador deixou o negócio, e o grupo El Cano assumiu o empreendimento. Por isso, até agora não saiu o
financiamento do Fundo de
Marinha Mercante.
Na primeira fase, as embarcações saíram por R$ 2,4 bilhões. Na segunda etapa, Machado espera custo menor por
navio, já que há ganho com a
maior escala.
Apesar dos problemas, Machado diz que o "Brasil não pode deixar de ter uma Marinha
Mercante competitiva". Segundo ele, o país economizará R$
290 milhões por ano com as encomendas da segunda fase do
programa de renovação de frota -a despesa anual com frete
marítimo é de US$ 10 bilhões.
Procurados, os estaleiros Rio
Naval e Itajaí não foram localizados pela reportagem.
Déficit
De janeiro a maio, a Petrobras teve déficit de US$ 620 milhões em sua balança comercial
de petróleo e derivados devido,
especialmente, às maiores importações de diesel, disse o diretor da Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa.
Mesmo assim, o executivo se
diz otimista e estima superávit
de cerca de R$ 500 milhões no
fim do ano.
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