São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

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Petrobras quer investir R$ 2 bi em mais 22 navios

Para a licitação, 27 empresas já foram convidadas

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Subsidiária da Petrobras, a Transpetro lançou em 2005 o programa de renovação de sua frota de petroleiros, mas, mesmo sem a entrega de nenhuma das 26 unidades encomendas, a estatal anunciou ontem a segunda fase do projeto. Essa rodada prevê a contratação de mais 22 navios, ao custo estimado de R$ 2 bilhões.
Concluída em 2006, a licitação da primeira etapa previa a contratação dos chamados estaleiros virtuais, que não possuíam ainda instalações montadas. Dois deles -o Rio Naval (grupos MPE, Iesa e Sermetal) e Atlântico Sul (Camargo Corrêa e Queiróz Galvão)- venceram a maior parte dos contratos e vão construir, ao todo, 19 embarcações.
Segundo o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o Atlântico Sul deve começar a "cortar o aço" do primeiro dos dez petroleiros na próxima semana. Mas a Transpetro ainda não assinou os contratos com o Rio Naval porque o grupo não fechou um terreno para instalar o estaleiro.
O Rio Naval pretendia construir as nove embarcações -orçadas em cerca de R$ 1 bilhão- na área do antigo estaleiro Ishibrás, na região do porto do Rio. O consórcio negocia há mais de seis meses com os proprietários do local -a Inepar Administração e Participações e a Fator Empreendimentos-, mas não chegou ainda a um bom termo.
Para Machado, porém, não há atraso. O presidente da Transpetro disse que não existe necessidade de esperar a conclusão dos navios porque atualmente a indústria tem capacidade instalada excedente -os estaleiros podem processar até 565 mil toneladas de aço/ano, mas a utilização está em 380 mil toneladas por ano.
Além do Rio Naval, o estaleiro Itajaí, vencedor da disputa por três navios da primeira fase, também enfrentou problemas. O antigo controlador deixou o negócio, e o grupo El Cano assumiu o empreendimento. Por isso, até agora não saiu o financiamento do Fundo de Marinha Mercante.
Na primeira fase, as embarcações saíram por R$ 2,4 bilhões. Na segunda etapa, Machado espera custo menor por navio, já que há ganho com a maior escala.
Apesar dos problemas, Machado diz que o "Brasil não pode deixar de ter uma Marinha Mercante competitiva". Segundo ele, o país economizará R$ 290 milhões por ano com as encomendas da segunda fase do programa de renovação de frota -a despesa anual com frete marítimo é de US$ 10 bilhões.
Procurados, os estaleiros Rio Naval e Itajaí não foram localizados pela reportagem.

Déficit
De janeiro a maio, a Petrobras teve déficit de US$ 620 milhões em sua balança comercial de petróleo e derivados devido, especialmente, às maiores importações de diesel, disse o diretor da Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa.
Mesmo assim, o executivo se diz otimista e estima superávit de cerca de R$ 500 milhões no fim do ano.


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