São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2000


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PETRÓLEO
Acordo sairá em poucos dias
PDVSA e Petrobras vão dividir fornecedores

ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO

A estatal venezuelana PDVSA e a Petrobras estão em via de fechar um acordo para o intercâmbio de fornecedores. Prova da aproximação das empresas é que a Petróleo de Venezuela acaba de abrir um escritório no prédio da Petrobras, no Rio. O mesmo será feito pela Petrobras em Caracas.
Segundo Alejandro Newski, do Centro de Oportunidades de Negócios Petrolíferos da PDVSA (lê-se Pedevesa), a expectativa é que o acordo para uso de fornecedores seja fechado em duas semanas.
Ele disse que apenas três empresas brasileiras, entre as quais está a Odebrecht, fornecem equipamentos e serviços para a Venezuela, o país mais próximo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
A PDVSA conta com 1.500 fornecedores locais. Trata-se de uma indústria com capacidade ociosa, afirmou Newski, que participou ontem do Encontro de Negócios Brasil/Venezuela sobre Petróleo, na sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Os fornecedores brasileiros, por sua vez, ainda estão se estruturando para atender a demanda interna, estimulada pela abertura do mercado e pelas licitações para exploração e produção de petróleo e gás da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Segundo Eduardo Rappel, diretor-geral da Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo), o banco de dados de fornecedores nacionais conta com 63 empresas cadastradas e 600 registros em andamento -o que não chega nem à metade da indústria venezuelana. Rappel disse que a indústria nacional terá que fazer investimentos para aumentar sua capacidade.
Os investimentos totais da PDVSA para os próximos nove anos são de US$ 55 bilhões. "Isso dá uma idéia do mercado que há pela frente", disse Rappel. Os da Petrobras, para o período 2000-2005, são de US$ 32 bilhões,
O executivo da PDVSA informou que o escritório de compras da empresa que atuava em Houston, nos EUA, voltou a operar em Caracas. "Está chegando perto do Brasil", disse. Segundo ele, a estratégia da empresa é diversificar seu portfólio de fornecedores, dominado pelos norte-americanos no lado internacional.
PDVSA e Petrobras também estão acertando os detalhes do acordo que prevê a operação conjunta de 1.800 postos de gasolina nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.



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