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Uruguai enfrenta 7ª greve geral neste ano
DE BUENOS AIRES
O governo uruguaio enfrentou
ontem a sétima greve geral do
ano. Dessa vez, os grevistas protestaram contra a reforma do sistema financeiro aprovada pelo
Congresso no último fim de semana e também pediram a renúncia do presidente Jorge Batlle.
A adesão à greve de 14 horas foi
grande na capital, Montevidéu,
que ficou paralisada desde as 10h.
Não funcionaram os transportes
urbanos (ônibus e trens), as repartições públicas, as escolas e
parte das empresas privadas.
Os funcionários dos hospitais
também aderiram ao movimento
e só atenderam emergências. Já os
bancários fecharam as portas das
agências, mas abasteceram os caixas automáticos.
A Aebu (Associação de Empregados Bancários do Uruguai) discutiu a realização de uma nova
paralisação por tempo indeterminado. Os bancários acreditam que
o confisco de parte dos recursos
depositados em bancos estatais e
a suspensão de quatro instituições pelo Banco Central vão desempregar 2.500 pessoas.
No centro de Montevidéu, uma
manifestação organizada pela
central sindical PIT-CNT reuniu
2.500 pessoas pela manhã. O secretário-executivo da central,
Juan Castillo, disse que o presidente Batlle deveria "aceitar o fracasso" e reconhecer que "não pode mais seguir comprometendo o
futuro do país".
Em discurso, ele também criticou a rapidez do Congresso para
aprovar um projeto pedido pelo
FMI -o da reforma do sistema
bancário, votado em regime de
urgência na Câmara e no Senado
neste fim de semana- enquanto
"para tomar medidas que solucionem o desemprego eles não
são tão rápidos".
O governo tentou conter uma
onda de boatos de que as restrições bancárias impostas para o
saque de aplicações financeiras
nos bancos públicos poderiam incluir o setor privado.
Dois dias após receber o empréstimo-ponte de US$ 1,5 bilhão
do Tesouro dos Estados Unidos, o
BID anunciou ontem que vai liberar US$ 500 milhões ao país para
financiar programas sociais.
(JS)
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