São Paulo, quinta-feira, 08 de agosto de 2002

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Manifestantes jogam ovo no carro de O'Neill

France Presse
Manifestante ataca o carro do secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, em Buenos Aires


DE BUENOS AIRES

A equipe de segurança do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, caprichou na estratégia para despistar manifestantes e piqueteiros durante a visita à Argentina, mas não conseguiu evitar que o veículo que transportava o secretário fosse atingido por ovos ontem.
Pela manhã, O'Neill deixava a sede do Ministério da Economia onde se reuniu com o ministro Roberto Lavagna quando um grupo de 100 pessoas arremessou ovos nos veículos da comitiva norte-americana. Os policiais presentes não reagiram.
Depois, o secretário mudou o trajeto previsto para confundir os manifestantes. A embaixada dos EUA não havia divulga o roteiro da visita do secretário, mas jornais locais garantiram que ele visitaria um hospital e uma fábrica da Ford na Grande Buenos Aires.
Sem aviso prévio, O'Neill decidiu visitar uma creche, enquanto centenas de piqueteiros esperavam sua presença no hospital.
Mesmo assim, as pessoas que transitavam nas proximidades da creche e ficaram sabendo da presença de O'Neill se aglomeraram no local para vaiá-lo. Já a visita à fábrica da Ford foi cancelada e o secretário retornou aos EUA no final da tarde.
Piqueteiros, desempregados e integrantes de partidos de esquerda voltaram a se reunir na praça de Maio para protestar contra O'Neill.
Houve um princípio de tumulto quando a polícia tentou impedir com cercas o ingresso de 12 mil manifestantes na praça. A confusão foi resolvida quando a polícia decidiu retirar as cercas do local após os piqueteiros prometerem não armar barracas na praça como haviam ameaçado.
Em Liniers (Buenos Aires), milhares de pessoas se reuniram para pedir emprego não para O'Neill, mas para São Caetano, que na Argentina é considerado o padroeiro do pão e do trabalho. A polícia informou que a fila para ingressar na igreja de Liniers chegou a 1 km. Algumas das pessoas que se aglomeravam no local estavam acampadas há dois meses para cumprir a tradição do dia 7 de agosto.



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