São Paulo, quinta-feira, 08 de agosto de 2002

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SIDERURGIA

Afirmação é de Steinbruch, que negocia com o banco

BNDES pode ser acionista da CSN

LÁSZLÓ VARGA,
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, acenou ontem com a possibilidade de o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) passar a ser acionista da empresa.
Steinbruch vem negociando com técnicos do banco a aprovação da criação da nova empresa CSN/ Corus, anunciada em 17 de julho. Ele precisa do aval do BNDES.
A possibilidade de o BNDES passar a ser acionista da CSN, e se beneficiar indiretamente da participação de 37,6 % da futura CSN/ Corus, foi citada por Steinbruch. Ele lembrou que o edital de março de 2001 da Vicunha Siderurgia, que garantiu a captação em debêntures de R$ 1,9 bilhão do BNDES e de outros bancos para capitalizar a CSN, prevê a possibilidade de transformar aqueles papéis em ações.
O BNDES pode, a qualquer momento, adquirir até 6,5% das ações da CSN. Eles viriam diretamente dos 46,4 8% de participação que a Vicunha Siderurgia possui na empresa.
Caso isso ocorra, Steinbruch, que representa também a Vicunha Siderurgia, passaria a ter menor participação na CSN. Mas o BNDES, por sua vez, poderia se beneficiar dos dividendos da futura CSN Global, que passaria a ser a espelho da CSN, devido à sua participação na nova companhia formada com a siderúrgica anglo-holandesa Corus.
"Se o BNDES desaprovar a fusão com a Corus, o nosso negócio com os ingleses e holandeses não ocorrerá", afirmou Steinbruch. Na segunda quinzena deste mês o presidente da Corus, Tony Pedder, e o presidente do conselho dessa companhia, Brian Moffat, vêm ao Brasil para conversar com representantes do governo e investidores.

Exportações
A CSN deverá praticamente duplicar suas exportações neste ano, em relação ao desempenho de 2001. Segundo um analista do setor, as vendas externas da companhia poderão atingir US$ 500 milhões até dezembro, contra os US$ 265 milhões do ano passado.
A expansão se deve ao fato de a CSN estar vendendo aço 15% mais barato que a concorrência no exterior. Aliado a isso, as barreiras alfandegárias impostas pelo governo americano valorizaram em cerca de 40% o aço produzido naquele país, o que acabou elevando as cotações do produto em todo o mundo.
A valorização do dólar é outro fator que tem beneficiado os negócios da siderúrgica. Segundo o analista, o bom desempenho nas vendas externas vão elevar sua participação no faturamento da CSN dos 25% registrados no ano passado para 50% em 2002.
A companhia faturou R$ 4,8 bilhões em 2001. A produção de aço, que somou 4 milhões de toneladas, deve atingir neste ano 5 milhões de toneladas.
O desaquecimento da economia brasileira, e a queda nas vendas de automóveis, não prejudicaram ainda os negócios da empresa.
A CSN, no entanto, tem registrado uma desvalorização dos valores de suas ações na Bovespa



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