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SIDERURGIA
Afirmação é de Steinbruch, que negocia com o banco
BNDES pode ser acionista da CSN
LÁSZLÓ VARGA,
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, acenou ontem
com a possibilidade de o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) passar a ser acionista da empresa.
Steinbruch vem negociando
com técnicos do banco a aprovação da criação da nova empresa
CSN/ Corus, anunciada em 17 de
julho. Ele precisa do aval do
BNDES.
A possibilidade de o BNDES
passar a ser acionista da CSN, e se
beneficiar indiretamente da participação de 37,6 % da futura CSN/
Corus, foi citada por Steinbruch.
Ele lembrou que o edital de março
de 2001 da Vicunha Siderurgia,
que garantiu a captação em debêntures de R$ 1,9 bilhão do
BNDES e de outros bancos para
capitalizar a CSN, prevê a possibilidade de transformar aqueles papéis em ações.
O BNDES pode, a qualquer momento, adquirir até 6,5% das
ações da CSN. Eles viriam diretamente dos 46,4 8% de participação que a Vicunha Siderurgia
possui na empresa.
Caso isso ocorra, Steinbruch,
que representa também a Vicunha Siderurgia, passaria a ter menor participação na CSN. Mas o
BNDES, por sua vez, poderia se
beneficiar dos dividendos da futura CSN Global, que passaria a
ser a espelho da CSN, devido à sua
participação na nova companhia
formada com a siderúrgica anglo-holandesa Corus.
"Se o BNDES desaprovar a fusão com a Corus, o nosso negócio
com os ingleses e holandeses não
ocorrerá", afirmou Steinbruch.
Na segunda quinzena deste mês o
presidente da Corus, Tony Pedder, e o presidente do conselho
dessa companhia, Brian Moffat,
vêm ao Brasil para conversar com
representantes do governo e investidores.
Exportações
A CSN deverá praticamente duplicar suas exportações neste ano,
em relação ao desempenho de
2001. Segundo um analista do setor, as vendas externas da companhia poderão atingir US$ 500 milhões até dezembro, contra os
US$ 265 milhões do ano passado.
A expansão se deve ao fato de a
CSN estar vendendo aço 15%
mais barato que a concorrência
no exterior. Aliado a isso, as barreiras alfandegárias impostas pelo
governo americano valorizaram
em cerca de 40% o aço produzido
naquele país, o que acabou elevando as cotações do produto em
todo o mundo.
A valorização do dólar é outro
fator que tem beneficiado os negócios da siderúrgica. Segundo o
analista, o bom desempenho nas
vendas externas vão elevar sua
participação no faturamento da
CSN dos 25% registrados no ano
passado para 50% em 2002.
A companhia faturou R$ 4,8 bilhões em 2001. A produção de
aço, que somou 4 milhões de toneladas, deve atingir neste ano 5
milhões de toneladas.
O desaquecimento da economia brasileira, e a queda nas vendas de automóveis, não prejudicaram ainda os negócios da empresa.
A CSN, no entanto, tem registrado uma desvalorização dos valores de suas ações na Bovespa
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