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São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2003

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ALÍVIO

Cotação da moeda dos EUA cai 2,23%; C-Bonds registram alta de 2,5%

Avanço na reforma faz dólar recuar para menos de R$ 3

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O avanço da reforma da Previdência no Congresso deixou o mercado respirar. O dólar recuou 2,23%, para R$ 2,985. A Bolsa de Valores de São Paulo teve seu segundo melhor dia neste ano, com alta de 3,42%. Os C-Bonds subiram 2,5%.
A reação positiva do mercado começou pelos C-Bonds, principais papéis da dívida externa brasileira, que abriram com alta forte embalados pela decisão do banco ABN Amro de manter a recomendação para os títulos do país.
O risco-país caiu 6%, para 844 pontos. A aprovação sem grandes empecilhos pelos deputados dos destaques e emendas aglutinativas à reforma da Previdência na madrugada de ontem fez o mercado local iniciar o dia com dólar em baixa e Bolsa com ganhos.
Nem mesmo a rolagem de um percentual pequeno da dívida cambial de US$ 1,3 bilhão que vence na próxima semana alterou o humor dos investidores. O Banco Central renovou apenas 24,1% dos papéis a vencer.
O BC tem diminuído cada vez mais o percentual de rolagem de sua dívida. Até o momento, o reflexo no câmbio tem sido pequeno. Ao rolar menores percentagens de sua dívida, o BC tira do mercado títulos que podem ser usados como hedge (proteção contra o sobe-e-desce da moeda).
"A votação da reforma da Previdência está praticamente concluída e o processo foi feito em pouco tempo, sem maiores empecilhos. Foi uma notícia positiva para o mercado", afirma Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de câmbio do banco ING.
A princípio, era esperado que o dólar subisse com a menor rolagem. Para analistas do mercado, isso pode ser um sinal de que a demanda por hedge não é muito forte no momento. Operadores do mercado de câmbio afirmam que a venda de dólares pelas tesourarias de bancos definiu o rumo da moeda. A Petrobras também teria vendido dólares.
Para José Roberto Carreira, diretor de câmbio da corretora Novação, o dólar teria continuado acima de R$ 3,00 se não fosse o andamento da reforma.
No mercado futuro, o dólar continua projetado acima de R$ 3,00. O contrato de câmbio com vencimento em novembro fechou ontem com cotação de R$ 3,12 na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Para janeiro, o mercado futuro projeta dólar a R$ 3,20.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, os negócios movimentaram R$ 775,4 milhões, volume bastante superior à média diária do mês passado, de R$ 572,6 milhões.
A alta de 3,42% do Ibovespa -índice das 54 ações mais negociadas- de ontem só perdeu no ano para os 3,6% do dia 6 de janeiro. Com o ganho de ontem, a Bovespa passou a acumular valorização de 18% no ano.
Os juros futuros voltaram à calmaria e recuaram mais um pouco ontem na BM&F, mostrando a expectativa dos investidores de que haverá cortes na taxa básica (Selic) nos próximos meses.
No contrato DI -taxa interbancária- mais negociado, com prazo em abril, a taxa recuou de 22,41% para 21,71% anuais. O contrato DI de prazo mais curto, que melhor reflete a expectativa do mercado para a próxima decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), fechou com taxa de 23,71%. A Selic está em 24,5%.


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