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ALÍVIO
Cotação da moeda dos EUA cai 2,23%; C-Bonds registram alta de 2,5%
Avanço na reforma faz dólar recuar para menos de R$ 3
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O avanço da reforma da Previdência no Congresso deixou o
mercado respirar. O dólar recuou
2,23%, para R$ 2,985. A Bolsa de
Valores de São Paulo teve seu segundo melhor dia neste ano, com
alta de 3,42%. Os C-Bonds subiram 2,5%.
A reação positiva do mercado
começou pelos C-Bonds, principais papéis da dívida externa brasileira, que abriram com alta forte
embalados pela decisão do banco
ABN Amro de manter a recomendação para os títulos do país.
O risco-país caiu 6%, para 844
pontos. A aprovação sem grandes
empecilhos pelos deputados dos
destaques e emendas aglutinativas à reforma da Previdência na
madrugada de ontem fez o mercado local iniciar o dia com dólar
em baixa e Bolsa com ganhos.
Nem mesmo a rolagem de um
percentual pequeno da dívida
cambial de US$ 1,3 bilhão que
vence na próxima semana alterou
o humor dos investidores. O Banco Central renovou apenas 24,1%
dos papéis a vencer.
O BC tem diminuído cada vez
mais o percentual de rolagem de
sua dívida. Até o momento, o reflexo no câmbio tem sido pequeno. Ao rolar menores percentagens de sua dívida, o BC tira do
mercado títulos que podem ser
usados como hedge (proteção
contra o sobe-e-desce da moeda).
"A votação da reforma da Previdência está praticamente concluída e o processo foi feito em pouco
tempo, sem maiores empecilhos.
Foi uma notícia positiva para o
mercado", afirma Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de câmbio
do banco ING.
A princípio, era esperado que o
dólar subisse com a menor rolagem. Para analistas do mercado,
isso pode ser um sinal de que a demanda por hedge não é muito
forte no momento. Operadores
do mercado de câmbio afirmam
que a venda de dólares pelas tesourarias de bancos definiu o rumo da moeda. A Petrobras também teria vendido dólares.
Para José Roberto Carreira, diretor de câmbio da corretora Novação, o dólar teria continuado
acima de R$ 3,00 se não fosse o
andamento da reforma.
No mercado futuro, o dólar
continua projetado acima de R$
3,00. O contrato de câmbio com
vencimento em novembro fechou
ontem com cotação de R$ 3,12 na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros). Para janeiro, o mercado
futuro projeta dólar a R$ 3,20.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, os negócios movimentaram R$
775,4 milhões, volume bastante
superior à média diária do mês
passado, de R$ 572,6 milhões.
A alta de 3,42% do Ibovespa
-índice das 54 ações mais negociadas- de ontem só perdeu no
ano para os 3,6% do dia 6 de janeiro. Com o ganho de ontem, a Bovespa passou a acumular valorização de 18% no ano.
Os juros futuros voltaram à calmaria e recuaram mais um pouco
ontem na BM&F, mostrando a
expectativa dos investidores de
que haverá cortes na taxa básica
(Selic) nos próximos meses.
No contrato DI -taxa interbancária- mais negociado, com
prazo em abril, a taxa recuou de
22,41% para 21,71% anuais. O
contrato DI de prazo mais curto,
que melhor reflete a expectativa
do mercado para a próxima decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), fechou com taxa
de 23,71%. A Selic está em 24,5%.
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