São Paulo, sábado, 8 de agosto de 1998

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TRABALHO
Pesquisa da Apeop mostra que 83% das empresas do setor aprovam a contribuição sindical não obrigatória
Contribuição sindical obrigatória deve cair

da Reportagem Local

Empresários da construção civil pesada são a favor do fim da cobrança obrigatória da contribuição sindical, um dos itens defendidos pelo governo nas suas propostas de mudança na legislação trabalhista.
Pesquisa realizada pela Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), com 230 empresas, revela que 89% delas desejam que o recolhimento da contribuição seja espontâneo.
Apenas 10% dos empresários entrevistados defendem o recolhimento obrigatório da contribuição sindical. Além disso, a maioria absoluta dos empresários do setor (91%) quer que o valor da contribuição sindical seja discutido e aprovado em assembléia.
A contribuição sindical está prevista na CLT (Consolidação das leis do trabalho) e é calculada sobre o capital de cada empresa. Ela serve para custear as entidades sindicais. Em janeiro deste ano, a cobrança da contribuição sindical dividiu o empresariado nacional.
O aumento de até 200% da contribuição sindical, determinado pelas confederações patronais, provocou protestos.
"O resultado é um alerta sobre o sentimento geral de vários setores empresariais", afirma o presidente da Apeop, Paulo Godoy.
A intenção do governo de discutir com trabalhadores e empresários propostas que mudam a legislação trabalhista, prevendo o fim da contribuição sindical, agradou o setor. A entidade quer levar os resultados da pesquisa para o ministro do Trabalho, Edward Amadeo, e para o Congresso Nacional, onde já tramitam alguns projetos prevendo mudanças na legislação.
A Apeop também quer realizar uma manifestação empresarial, em Brasília, no mês de setembro, para defender mudanças.
Segundo a entidade, os empresários se empenharam na defesa das reformas tributária e administrativa, mas deixaram de lado a reforma da legislação trabalhista.
As 230 empresas do setor de construção civil pesada ouvidas pela pesquisa da Apeop são de 11 Estados diferentes. A maioria (34%) está concentrada em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.
Foram consultadas empresas de porte grande, médio e pequeno.
Outra reivindicação é a unicidade sindical. A proibição da criação de mais de uma organização sindical de uma mesma categoria por município, que é determinada pela Constituição Federal, foi criticada por 69% dos empresários.
(MAURICIO ESPOSITO)



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