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PETROQUÍMICA
Por enquanto o produto custa 40% menos porque consumidores de diesel e gasolina pagam diferença
Subsídio a preço da nafta começará a cair
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O subsídio ao preço da nafta petroquímica, que chega hoje a 40%
do preço internacional, segundo a
ANP (Agência Nacional do Petróleo), deverá começar a cair nos
próximos meses.
O primeiro passo será a redução
a zero da alíquota do Imposto de
Importação do produto, hoje de
12%, segundo informação da
ANP.
O passo seguinte será a abertura
da importação, hoje uma exclusividade da Petrobrás. O diretor-geral da ANP, David Zylbersztajn,
inclui a nafta, junto com a gasolina e o querosene de aviação, entre
os produtos que podem ter a importação liberada ainda este ano.
Ainda de acordo com a agência,
o subsídio à nafta é coberto pelos
consumidores de gasolina e de
óleo diesel.
O consumo anual de nafta no
Brasil, de acordo com a ANP, é de
7,8 milhões de toneladas. Os consumidores são a Copene (Companhia Petroquímica do Nordeste),
na Bahia; a Copesul (Companhia
Petroquímica do Sul), no Rio
Grande do Sul; e a PQU (Petroquímica União), em São Paulo.
A nafta é a matéria-prima básica
da indústria petroquímica, um setor controlado principalmente pelos grupos Odebrecht, Ipiranga,
Suzano, Mariani (Petroquímica
da Bahia) e pelo espólio do antigo
Banco Econômico, nas mãos do
Banco Central.
Esses grupos estão no controle
da Copene, PQU e Copesul, centrais de matérias-primas do setor
-transformam nafta em etileno- e são também os maiores na
cadeia secundária de industrialização do etileno.
A nafta é o início de uma cadeia
de produção que passa por três gerações industriais e tem o plástico
como o produto final mais conhecido.
Até o início da atual década, a
Petrobrás era virtualmente a dona
da indústria petroquímica no país,
controlando duas das três centrais
de matérias-primas -PQU e Copesul- e dividindo com o setor
privado o controle da Copene.
A estatal dividia também com
empresas privadas nacionais e estrangeiras, em partes iguais, o
controle das mais de 30 empresas
da segunda geração do setor.
A privatização do setor petroquímico terminou em 1996, ficando a Petrobrás apenas com participações minoritárias em algumas
empresas, incluindo as centrais de
matérias-primas.
O grupo Odebrecht saiu do processo de privatização como o
maior do setor no país. Segundo
dados não-oficiais, controla cerca
de 60% do ramo de termoplásticos, o mais rentável do setor.
Com a privatização, o governo
não liberalizou o preço da nafta,
por ser ela um produto fornecido
apenas pela Petrobrás.
O preço do produto passou a oscilar de acordo com uma fórmula
complexa que leva em conta o preço da produção nacional e o preço
da nafta importada. Nos últimos
dois anos, a média de importação
do produto tem sido de 36% do
consumo.
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