São Paulo, sábado, 8 de agosto de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa tem queda de 12,96% na semana

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a cair ontem, 3,82%, como reflexo na queda recorde do C-bond, título da dívida externa brasileira. Na semana, a Bolsa acumula queda de 12,96%.
O ataque especulativo contra a moeda de Hong Kong e o risco de desvalorização da China apavoraram os investidores dos mercados acionários dos chamados países emergentes, como o Brasil.
A alta de 0,24% na Bolsa de Valore de Nova York foi insuficiente para trazer otimismo. O iene também perdeu valor contra o dólar, aumentando as incertezas na Ásia, e o Vietnã acabou forçado a realizar uma desvalorização de 7% em sua moeda.
Como se não bastassem os fatores externos, os investidores em ações no mercado brasileiro também souberam de novas pesquisas eleitorais com o presidente Fernando Henrique Cardoso perdendo espaço contra seu principal rival, Luiz Inácio Lula da Silva.
As ações PN (sem direito a voto) da Telebrás, que chegaram à cotação de RÏ 147,50 o lote de mil logo após o leilão de privatização, fecharam ontem a RÏ 119,70. Os investidores temiam que algo acontecesse no final de semana na China e preferiram se retirar do mercado e aguardar.
Das dez ações mais negociadas, só Banespa PN teve valorização, de 0,86%, para fechar a RÏ 58,50 o lote de mil. Entre esses dez papéis, Petrobrás PN teve a pior queda, de 6,31%, cotada a RÏ 207,99 no fechamento da Bolsa paulista.
O Banco Central interveio no mercado de juros do dia-a-dia, o over, e derrubou os juros. Tomou recursos a 19,40% ao ano ontem, contra 19,45% ao ano anteontem. Os juros pagos pelos Certificados de Depósito Interbancário caíram de 19,36% ao ano anteontem para 19,35% ao ano ontem.
Mas os mercados futuros descolaram do over e acompanharam o nervosismo vindo da Ásia. Os contratos para vencimento em outubro projetaram taxas de juros de 19,62% ao ano ontem, maiores do que os 19,47% de anteontem.
O mercado futuro de câmbio também teve mais oscilações do que as usuais, com o dólar ganhando valor contra o real. As projeções de desvalorização dos contratos de vencimento em setembro, os mais curtos, passaram de 0,80% ao mês anteontem para 0,85% ontem.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)



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