São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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Rombo nos EUA atinge US$ 600 bi ao ano

DA REPORTAGEM LOCAL

Em seis anos, de 1996 a 2002, as perdas dos EUA com fraudes no setor privado subiram de US$ 400 bilhões para US$ 600 bilhões (previsão para este ano). Os dados foram anunciados em julho em relatório distribuído para os membros da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners). No Brasil não há previsões a respeito.
Os US$ 600 bilhões correspondem a uma perda de US$ 4.500 por pessoa economicamente ativa naquele país. É como se cada trabalhador americano fraudasse sua empresa em US$ 4,5 mil.
Cerca de 6% das vendas do setor privado nos EUA são perdidas com crimes dos colarinhos-brancos. No Brasil, o levantamento mais recente -da revista "Melhores e Maiores" de 1996- mostra que 1% da receita das empresas locais é desviado. Isso corresponde hoje -considerando que a taxa não tenha subido- a US$ 2,7 bilhões.

Devagar e sempre
Esse dado não pode ser comparado com os US$ 600 bilhões nos EUA porque esse número equivale à perda de todo o setor privado americano. No Brasil, os US$ 2,7 bilhões referem-se às 500 maiores empresas no país. Estima-se, segundo dados do IBGE, que existam mais de 4 milhões de companhias no país.
Grandes companhias são mais roubadas, certo? De jeito algum.
Segundo especialistas, as pequenas companhias não têm um controle de caixa tão eficiente quanto as grandes. E pior: o empregado que recebe o material comprado é o mesmo que assina a nota fiscal e libera o produto. Portanto, na hora de fraudar notas e desviar dinheiro, o esquema é feito sem problemas.
Acredita-se ainda que as companhias, no Brasil e nos EUA, demorem entre um ano e meio e dois anos para descobrir que há fraudadores dentro da empresa. Até lá, os recursos vão desaparecendo. Aos poucos. (AM)



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