São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2004

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ÚLTIMA CHAMADA

Clientes temem perder passagem comprada balcão do aeroporto de Congonhas (SP); movimento foi fraco

Passageiro usa bilhete para não ter prejuízo

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Passageiro da Vasp conversa com funcionária da empresa no balcão do aeroporto de Congonhas (SP); movimento foi fraco

MARCELO PINHO
DA REDAÇÃO

Os passageiros que ontem ainda viajavam pela Vasp disseram que só utilizavam a empresa por medo de não ter como usar os bilhetes já comprados. Outro fator para o risco, disseram, é econômico: preços mais baixos.
Era o caso do executivo Mário Marques, que viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro. Ele disse que voaria pela empresa por causa do preço. "Não tenho muita segurança em voar pela empresa. Só viajo porque tem preços para miseráveis", disse.
A assistente social Vânia Melo, que partia para Belo Horizonte, disse que viajaria para não perder dinheiro. "Estou morrendo de medo, mas não quero deixar para a empresa R$ 270", disse em referência a uma promoção da Vasp, pela qual teria direito a uma passagem gratuita.
Ricardo Miarelli, administrador de empresas, afirmou que voaria pela Vasp para usar uma passagem não utilizada por causa de cancelamentos antes que a crise se agrave. "Estou voando só para não perder a passagem. Acho que eles deveriam se planejar melhor."

Mais problemas
Desde ontem, os passageiros da Vasp têm um novo problema. Varig e Gol informaram que não estão mais aceitando os passageiros da Vasp. A TAM diz que estuda caso a caso antes de aceitar o pedido.
O DAC (Departamento de Aviação Civil) recomenda aos passageiros que não conseguirem embarcar nos vôos da Vasp procurar a empresa aérea para buscar uma alternativa.
A Vasp deve realocá-los em outra empresa, criar um vôo extra ou devolver o dinheiro. Se nada disso for feito, cabe uma reclamação junto ao DAC (Departamento de Aviação Civil), que pode resultar numa multa à empresa de até R$ 6.000.
A outra saída para a solução do problema é a via judicial. O DAC recomenda aos que se considerarem lesados procurar as instâncias de defesa do consumidor no Ministério Público ou o Procon. Segundo o DAC, nenhuma reclamação contra a Vasp havia sido protocolada no departamento até ontem. A Abav-SP (associação de agências de viagem) também não registra queixas de passageiros.


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