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Bolsa de NY fica com mais papéis do que Bovespa
DA REPORTAGEM LOCAL
Na oferta do Santander,
60% dos papéis ficaram com
os investidores americanos e
serão negociados na Bolsa de
Nova York. O mercado brasileiro levou só 40%. Ou seja, o
estrangeiro não precisou trazer dólares para participar da
operação brasileira. Foi a
primeira oferta desse porte
que aconteceu simultaneamente no Brasil e nos EUA.
Isso modifica todas as estimativas de entrada de recursos no Brasil, que motivava a
baixa do dólar. A expectativa
era que o investidor estrangeiro trouxesse ao país até
US$ 5 bilhões para ficar com
pelo menos a metade dos papéis vendidos no Brasil. Segundo João Augusto Salles,
da consultoria Lopes Filho, o
mercado esperava que até
80% da oferta ficasse aqui.
Como a BM&FBovespa só
levou cerca de US$ 3,24 bilhões, mesmo que o estrangeiro fique com a metade só
precisará trazer US$ 1,62 bilhão. Segundo analistas, essa
previsão pode nem se confirmar. Na última oferta da Vale, em que os estrangeiros
também puderam comprar
as ações no exterior, só 39%
dos papéis vendidos no país
ficaram com estrangeiros.
Detalhes como esse da
operação, que costumam demorar até 15 dias para serem
divulgados no Brasil, foram
adiantados ontem pelo vice-presidente da Bolsa de Nova
York, Scott Cutler, contrariando o silêncio habitual
que impera nessas ofertas.
O executivo aproveitou a
oportunidade para defender
no Brasil as vantagens de as
empresas listarem seus papéis em Nova York. "O modelo nosso é o mais eficiente,
transparente e preciso para
dar preço para ações em
aberturas de capital. A cobertura dos analistas dos
EUA melhora a transparência das empresas", disse.
Para Cristiana Pereira, diretora da BM&FBovespa, os
estrangeiros que apostam no
país estão na Bovespa e não é
verdade que os custos de negociação sejam menores nos
EUA. "A maioria dos estrangeiros está aqui. E, se não está, nós vamos atrás dele."
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