LEONARDO SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os fundos de investimento financeiro que acompanham a variação do dólar já são a modalidade de aplicação mais rentável no ano, segundo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
Até o dia 3 deste mês, último dado disponível, os FIFs cambiais renderam, em média, 14,85%. Os fundos corrigidos a juros variáveis (os FIFs DI) remuneraram os investidores a uma taxa de 14,25%. Pelo fechamento de outubro, os fundos de ações apresentaram o pior resultado, com rendimento de 3,45%.
O ganho para todas essas categorias de fundos é bruto, ou seja, não foram considerados os descontos do Imposto de Renda nem as taxas de administração.
Quem aplicou na caderneta de poupança no começo de janeiro já garantiu retorno de 7,7%.
Os fundos de privatização da Petrobras, compostos por ações da estatal vendidas pelo governo, renderam no período 61%, mas são caso à parte, pois não recebem novos investimentos.
Os fundos cambiais rendem mais que o dólar comercial porque aplicam em títulos do governo federal corrigidos pela variação da moeda norte-americana e ainda pagam juros ao investidor. Em média, a taxa de remuneração desses papéis é de 10% ao ano.
Se o dólar continuar a subir, muito provavelmente os FIFs cambiais encerrarão 2000 como a aplicação de maior rentabilidade no ano.
Segundo Marcelo Maneo, diretor da Lloyds Asset Management, se a taxa de juros básica (Selic) permanecer em 16,5% ao ano até dezembro, os FIFs DI devem apresentar rendimento bruto no ano de aproximadamente 18%. Se o câmbio continuar por volta de R$ 1,95, os fundos cambiais podem pagar cerca de 19,5% no acumulado do ano.

Dívidas ou viagem
Outubro foi o terceiro mês consecutivo de alta do dólar. No entanto os especialistas não recomendam o investimento em fundos cambiais para quem simplesmente quer aumentar suas economias. "O dólar está em um nível acima do que projetávamos para o final do ano. Se sua cotação cair, o investidor que aplicar agora perde", disse Maneo.
Para Kazuhiro Miyamoto, do banco AGF, só deve entrar num fundo cambial quem tem dívidas em dólar ou quem planeja viajar ao exterior.



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