São Paulo, quarta-feira, 08 de novembro de 2000

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Centrais mantêm a mobilização, mas também acirram diferenças

DA REPORTAGEM LOCAL

As duas maiores centrais do país têm protagonizado frequentes cenas de tapas e beijos desde que resolveram se unir e realizar a greve unificada neste ano. Na verdade, mais tapas do que beijos.
Força Sindical e CUT continuam negociando reajustes salariais com os patrões, pois as conversas ainda não acabaram. Mas as diferenças já estão claras. A Força, comandada por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, queria 20% de aumento salarial há um mês, mudou o discurso nesta semana e já teria dito que 8% é um índice aceitável.
A CUT não parece ter gostado desse vaivém. Com posições historicamente antagônicas à da Força, a central está irredutível desde o começo e tem dito a quem quiser ouvir que só aceita reajuste igual ou acima da inflação. Na prática, a CUT rejeita propostas abaixo de 10%, índice parecido com a inflação do Dieese.
As diferenças têm gerado polêmica. "Temos história e posições diferentes, mas isso não pode atrapalhar a briga por um aumento justo, que no mínimo cubra a inflação. Nós, pelo menos, queremos isso", disse Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT.
A principal responsável pela paralisação de ontem foi a CUT. A central parou as principais montadoras e fabricantes de autopeças do Estado. A Força manteve a greve em unidades da GM em São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes e na Ford, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Dos 100 mil trabalhadores que teriam parado, menos de 10 mil são da Força.
A Força tem negado que tenha mudado de estratégia ou enfraquecido a greve. No anúncio da paralisação, na segunda-feira, Paulinho disse que desistiu dos 20% de reajuste porque ainda não é o momento para se conseguir aumento real dos patrões.


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