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Centrais mantêm a mobilização,
mas também acirram diferenças
DA REPORTAGEM LOCAL
As duas maiores centrais do
país têm protagonizado frequentes cenas de tapas e beijos desde
que resolveram se unir e realizar a
greve unificada neste ano. Na verdade, mais tapas do que beijos.
Força Sindical e CUT continuam negociando reajustes salariais com os patrões, pois as conversas ainda não acabaram. Mas
as diferenças já estão claras. A
Força, comandada por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, queria
20% de aumento salarial há um
mês, mudou o discurso nesta semana e já teria dito que 8% é um
índice aceitável.
A CUT não parece ter gostado
desse vaivém. Com posições historicamente antagônicas à da Força, a central está irredutível desde
o começo e tem dito a quem quiser ouvir que só aceita reajuste
igual ou acima da inflação. Na
prática, a CUT rejeita propostas
abaixo de 10%, índice parecido
com a inflação do Dieese.
As diferenças têm gerado polêmica. "Temos história e posições
diferentes, mas isso não pode
atrapalhar a briga por um aumento justo, que no mínimo cubra a
inflação. Nós, pelo menos, queremos isso", disse Luiz Marinho,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT.
A principal responsável pela paralisação de ontem foi a CUT. A
central parou as principais montadoras e fabricantes de autopeças
do Estado. A Força manteve a greve em unidades da GM em São
Caetano do Sul, Mogi das Cruzes
e na Ford, no bairro do Ipiranga,
em São Paulo. Dos 100 mil trabalhadores que teriam parado, menos de 10 mil são da Força.
A Força tem negado que tenha
mudado de estratégia ou enfraquecido a greve. No anúncio da
paralisação, na segunda-feira,
Paulinho disse que desistiu dos
20% de reajuste porque ainda não
é o momento para se conseguir
aumento real dos patrões.
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