São Paulo, quarta-feira, 08 de novembro de 2000 |
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PANORÂMICA ÓLEO Londres terá "invasão" de 25 mil caminhões em protesto contra preço dos combustíveis Uma horda barulhenta de mais de 25 mil caminhões está a postos para ocupar as ruas de Londres na próxima semana. Aos caminhoneiros, vão se unir fazendeiros e pescadores em uma grande marcha em velocidade reduzida que começa na sexta, em Jarrow, no norte da Inglaterra, e chega a Londres quatro dias depois. Todos vão convergir para o Hyde Park, uma das maiores paisagens verdes da cidade. Os organizadores esperam a adesão de 1 milhão de pessoas. A escolha da data não é por acaso. No próximo dia 14 termina a trégua de dois meses concedida pelos manifestantes que quase paralisaram o país em um protesto contra o aumento dos combustíveis. O prazo foi dado para que o governo reduzisse os impostos que incidem sobre gasolina e diesel a fim de que os preços recuem para se aproximar da média cobrada em outros países da União Européia. A situação se agravou com a alta do petróleo no mercado internacional. Os preços são os maiores em uma década. Encher o tanque no Reino Unido custa 50 libras, o que, no Brasil, equivale a mais de R$ 140. Os manifestantes pedem uma redução que equivale a R$ 0,70 por litro de combustível. O fazendeiro britânico David Handley, que está à frente dos protestos, disse que espera mais de 25 mil caminhões na marcha. "Dia 14 nós vamos para Londres. Queremos que cada pessoa do país preocupada com o aumento dos combustíveis esteja lá." Muita gente está indo à falência por causa dos preços excessivamente altos, diz. Até agora, não há sinal de que a reivindicação será atendida. O governo britânico anuncia hoje seu pré-Orçamento e já avisou que não sacrificará o estado de sua economia para atender aos pedidos dos caminhoneiros. A nova marcha contra o aumento dos combustíveis está sendo chamada de Cruzada Jarrow, o mesmo nome da que atravessou o país em direção a Londres nos anos 30 contra a fome e o desemprego. Desde que a imprensa britânica voltou a noticiar que está chegando ao fim a trégua dos manifestantes, houve uma corrida aos postos de gasolina do país. Soldados O governo trabalhista de Tony Blair responde à ameaça dos caminhoneiros com um anúncio: há pelo menos mil soldados treinados para garantir que estradas e refinarias estejam livres. Blair já afirmou que o governo quer fazer o possível pela indústria de transporte de cargas, mas nenhum corte nos preços dos combustíveis será feito à custa de pensionistas ou do dinheiro dos serviços públicos. (JOSÉLIA AGUIAR, DE LONDRES) Texto Anterior: Daewoo expõe crise de 52 empresas da Coréia Próximo Texto: Iraque suspende vendas, e preço do óleo sobe Índice |
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