|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Recursos beneficiarão 47,8 milhões de pessoas, segundo dados do Dieese
13º injeta R$ 30,5 bi na economia
DA REPORTAGEM LOCAL
O pagamento do 13º salário aos
trabalhadores e aposentados despejará R$ 30,5 bilhões na economia este ano. O cálculo foi feito
pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Sócioeconômicos).
Essa massa de recursos beneficiará cerca de 47,8 milhões de pessoas. A maior parte dos recursos
-estimada em mais de 70% do
total- será paga agora no final
do ano, a partir deste mês. Uma
parte menor já foi paga sob forma
de adiantamento. Muitas pessoas
optam por receber metade do 13º
nas férias. Há também categorias
que recebem o benefício em outras datas.
Os aposentados e pensionistas
do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) representam 44%
dos beneficiários. O restante
-cerca de 26,9 milhões de pessoas- é formado por trabalhadores com carteira assinada. Autônomos e assalariados sem carteira não entraram no cálculo feito pela entidade.
O Dieese se baseou nos dados
da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do
Trabalho e Emprego e do Ministério da Previdência e Assistência
Social para realizar o estudo divulgado ontem.
Regiões
Mais da metade -ou 58,4%-
dos recursos referentes ao 13º se
concentram na região Sudeste. A
região Norte fica com a menor
parcela do montante, apenas
3,6% do total. O 13º a ser pago no
Sul representa 16,3%, no Nordeste
13,8% e no Centro-Oeste 7,9% do
total.
O montante que deve ser injetado na economia neste ano é 8,9%
maior que o de 2001. Mas, em relação ao PIB (Produto Interno
Bruto, a soma das riquezas produzidas no país em determinado
período), a massa de recursos que
representa o 13º foi praticamente
a mesma no ano passado. Neste
ano, o Dieese estima que o 13º represente 2,54% do PIB, contra
2,57% no ano passado, quando
cerca de R$ 28 bilhões entraram
na economia com o pagamento
do benefício.
No bolso
A média a ser paga por pessoa
no país com o 13º salário ficará em
R$ 639. Se forem considerados
apenas os aposentados e pensionistas, essa cifra recua para R$
343.
É em Brasília que o 13º tem a
maior média individual (R$
1.315), seguida pelo Estado de São
Paulo (R$ 845).
Para Miguel da Cruz Supico, da
Fecomércio (Federação do Comércio), o impacto do 13º salário
no consumo nesse ano não terá
nada de excepcional. "É um efeito
sazonal já esperado."
Supico afirma que é difícil estimar o quanto as pessoas direcionarão para o consumo e qual
montante será utilizado para o
pagamento de dívidas. "Historicamente, boa parte do 13º é gasto
com dívidas." Em comparação a
2001, as vendas devem registrar
aumento entre 3% e 4%, segundo
Supico.
(FABRICIO VIEIRA)
Texto Anterior: Opinião econômica: A coragem do Fed Próximo Texto: Montadoras: Produção de carros é a maior em 17 meses Índice
|