São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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TRABALHO

Recursos beneficiarão 47,8 milhões de pessoas, segundo dados do Dieese

13º injeta R$ 30,5 bi na economia

DA REPORTAGEM LOCAL

O pagamento do 13º salário aos trabalhadores e aposentados despejará R$ 30,5 bilhões na economia este ano. O cálculo foi feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos).
Essa massa de recursos beneficiará cerca de 47,8 milhões de pessoas. A maior parte dos recursos -estimada em mais de 70% do total- será paga agora no final do ano, a partir deste mês. Uma parte menor já foi paga sob forma de adiantamento. Muitas pessoas optam por receber metade do 13º nas férias. Há também categorias que recebem o benefício em outras datas.
Os aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) representam 44% dos beneficiários. O restante -cerca de 26,9 milhões de pessoas- é formado por trabalhadores com carteira assinada. Autônomos e assalariados sem carteira não entraram no cálculo feito pela entidade.
O Dieese se baseou nos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério da Previdência e Assistência Social para realizar o estudo divulgado ontem.

Regiões
Mais da metade -ou 58,4%- dos recursos referentes ao 13º se concentram na região Sudeste. A região Norte fica com a menor parcela do montante, apenas 3,6% do total. O 13º a ser pago no Sul representa 16,3%, no Nordeste 13,8% e no Centro-Oeste 7,9% do total.
O montante que deve ser injetado na economia neste ano é 8,9% maior que o de 2001. Mas, em relação ao PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país em determinado período), a massa de recursos que representa o 13º foi praticamente a mesma no ano passado. Neste ano, o Dieese estima que o 13º represente 2,54% do PIB, contra 2,57% no ano passado, quando cerca de R$ 28 bilhões entraram na economia com o pagamento do benefício.

No bolso
A média a ser paga por pessoa no país com o 13º salário ficará em R$ 639. Se forem considerados apenas os aposentados e pensionistas, essa cifra recua para R$ 343.
É em Brasília que o 13º tem a maior média individual (R$ 1.315), seguida pelo Estado de São Paulo (R$ 845).
Para Miguel da Cruz Supico, da Fecomércio (Federação do Comércio), o impacto do 13º salário no consumo nesse ano não terá nada de excepcional. "É um efeito sazonal já esperado."
Supico afirma que é difícil estimar o quanto as pessoas direcionarão para o consumo e qual montante será utilizado para o pagamento de dívidas. "Historicamente, boa parte do 13º é gasto com dívidas." Em comparação a 2001, as vendas devem registrar aumento entre 3% e 4%, segundo Supico. (FABRICIO VIEIRA)


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