São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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Governo envia novo esboço de carta ao FMI

DE BUENOS AIRES

O governo argentino enviou ontem a Washington o quarto rascunho de uma carta de intenções para fechar o acordo com o FMI e encerrar uma negociação que já se arrasta há um ano. Ontem, o ministro Roberto Lavagna (Economia) afirmou que "as condições para chegar a um entendimento são muito melhores. Mas temos que ver se é aceito no outro lado da mesa".
A cautela do ministro tem motivo: na semana passada, o anúncio de que ele viajaria aos EUA para negociar com os técnicos da instituição gerou ansiedade e expectativas que acabaram frustradas pela falta de definição.
O FMI teria exigido um maior ajuste fiscal, aumento das tarifas públicas e liberação do câmbio. Além disso, os técnicos do Fundo não queriam se comprometer com um acordo de longo prazo, já que em março o governo deve mudar de mãos.
Lavagna não cedeu às exigências do Fundo: aumento do superávit fiscal para 3% do PIB e reajuste de 30% das tarifas. Mas o presidente Eduardo Duhalde, que afirmou que não seria por 1% do PIB que o país deixaria de fechar o acordo, interveio.
Ontem, Lavagna já afirmava, ainda que genericamente, que "era hora de fazer alguns ajustes nas tarifas". Segundo se especulou, os técnicos da instituição também estariam mais flexíveis.


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