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Nestlé vê "coisa do passado" na ação das lojas
DA REPORTAGEM LOCAL
Ivan Zurita, presidente da Nestlé, acredita que a posição de algumas lojas em informar, por meio
de cartazes, o aumento de preços
ao consumidor -e atribuir o reajuste à indústria- "é coisa do
passado". Pão de Açúcar e Sendas
agiram dessa forma. Segundo ele,
o consumidor "sabe muito bem o
que compra, quanto paga e de
quem compra".
A seguir, os principais trechos
da entrevista.
Folha - Como o senhor viu a recente ação de algumas lojas em
ameaçar informar o consumidor do
risco de falta de itens, como consequência da dificuldade de negociar
reajustes com a indústria?
Ivan Zurita - Não tenho dúvida
de que isso é coisa do passado. O
consumidor sabe o que compra,
quanto paga e de quem compra.
Desse jeito, fica parecendo uma
pressão barata. A idéia é repassar
os reajustes com o menor impacto possível e é isso o que fizemos.
Quem agir de outra maneira está
perdido.
Folha - Qual a taxa de reajuste
nos preços praticada pela Nestlé
por conta da escalada do dólar?
Zurita - Absorvemos um aumento de 45% no açúcar. E o cacau subiu mais de 200%. Nada
disso estava nem perto de nossos
planos. Negociamos com os fornecedores e, claro, não reajustamos nossos preços nisso. O aumento médio foi entre 6,5% e 7%.
Era a taxa possível.
Folha - O senhor teme uma disparada na inflação em 2003?
Zurita - Houve, evidentemente,
uma forte pressão nos custos com
a elevação do dólar. Mas não pretendemos reagir a uma "onda inflacionária" que possa surgir. Se
reagirmos antes mesmo de um
possível aumento, com base em
rumores, já estaremos criando inflação. Reduzimos nosso custo
operacional para absorver esse
aumento nos gastos com o dólar.
E a idéia é manter as relações
abertas e transparentes com os
nossos distribuidores.
(AM)
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