São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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Nestlé vê "coisa do passado" na ação das lojas

DA REPORTAGEM LOCAL

Ivan Zurita, presidente da Nestlé, acredita que a posição de algumas lojas em informar, por meio de cartazes, o aumento de preços ao consumidor -e atribuir o reajuste à indústria- "é coisa do passado". Pão de Açúcar e Sendas agiram dessa forma. Segundo ele, o consumidor "sabe muito bem o que compra, quanto paga e de quem compra".
A seguir, os principais trechos da entrevista.

Folha - Como o senhor viu a recente ação de algumas lojas em ameaçar informar o consumidor do risco de falta de itens, como consequência da dificuldade de negociar reajustes com a indústria?
Ivan Zurita -
Não tenho dúvida de que isso é coisa do passado. O consumidor sabe o que compra, quanto paga e de quem compra. Desse jeito, fica parecendo uma pressão barata. A idéia é repassar os reajustes com o menor impacto possível e é isso o que fizemos. Quem agir de outra maneira está perdido.

Folha - Qual a taxa de reajuste nos preços praticada pela Nestlé por conta da escalada do dólar?
Zurita -
Absorvemos um aumento de 45% no açúcar. E o cacau subiu mais de 200%. Nada disso estava nem perto de nossos planos. Negociamos com os fornecedores e, claro, não reajustamos nossos preços nisso. O aumento médio foi entre 6,5% e 7%. Era a taxa possível.

Folha - O senhor teme uma disparada na inflação em 2003?
Zurita -
Houve, evidentemente, uma forte pressão nos custos com a elevação do dólar. Mas não pretendemos reagir a uma "onda inflacionária" que possa surgir. Se reagirmos antes mesmo de um possível aumento, com base em rumores, já estaremos criando inflação. Reduzimos nosso custo operacional para absorver esse aumento nos gastos com o dólar. E a idéia é manter as relações abertas e transparentes com os nossos distribuidores. (AM)


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