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TRANSE GLOBAL
Decisão conservadora do BC Europeu faz o euro subir 1% e passar de US$ 1; desemprego cresce na Alemanha
Europa não reduz os juros; Bolsas caem
DA REDAÇÃO
O Banco Central Europeu assumiu uma atitude mais conservadora do que o Federal Reserve
(banco central dos EUA) e não
cortou os juros. O mercado já previa a decisão, mas isso não evitou
que as Bolsas fechassem com quedas significativas. Outro efeito foi
a valorização do euro, que voltou
a ser vendido acima de US$ 1.
O BCE, que sofre grande pressão para atuar de maneira mais
agressiva diante da fragilidade
econômica dos países da zona do
euro, decidiu ontem manter a taxa em 3,25% ao ano.
O último corte ocorreu em novembro do ano passado, quando
o ambiente econômico ainda era
dominado pelas incertezas após
os atentados terroristas.
Anteontem, o Fed derrubou os
juros norte-americanos para
1,25% (corte de 0,5 ponto percentual), num reconhecimento de
que a recuperação econômica
deixa a desejar.
Ainda ontem, o Banco da Inglaterra (banco central do Reino
Unido) também manteve sua taxa, atualmente em 4% ao ano. Como não adotam o euro, os britânicos não seguem a política monetária ditada pelo BCE.
O euro subiu 1% ante o dólar e
fechou cotado a US$ 1,0061, seu
maior valor em mais de três meses. Os juros mais elevados tendem a atrair recursos para a Europa, o que valoriza o euro e a libra.
A Bolsa de Frankfurt fechou em
queda de 4,34%. Paris perdeu
3,15% e Londres cedeu 0,55%.
Wim Duisenberg, presidente do
BCE, disse que houve um grande
debate entre os conselheiros da
instituição sobre a necessidade de
um relaxamento na política monetária. Para os analistas, a declaração significa que, se os indicadores continuarem a se deteriorar, os juros serão cortados.
"Tendo em vista as incertezas
sobre o crescimento no futuro e
suas implicações inflacionárias
no médio prazo, o conselho discutiu de maneira extensiva os argumentos a favor e contra um
corte na principal taxa do BCE",
afirmou Duisenberg.
Enquanto as autoridades monetárias mantinham os juros, o governo alemão divulgava aumento
no número de pessoas desempregadas no país. O total cresceu 22
mil, para 4,119 milhões (9,9% da
população economicamente ativa), uma evidência de desaquecimento na atividade.
As decisões dos últimos dias demonstram a diferença das prioridades dos principais bancos centrais do planeta. O Fed, desde a
tragédia social da depressão dos
anos 30, tende a estimular a produção, em vez de se preocupar de
maneira excessiva com a inflação
-a instituição não adota metas
inflacionárias, como o BCE e o
Banco Central do Brasil.
Já o Banco Central Europeu, cuja sede fica em Frankfurt, é bastante influenciado pela atitude
mais conservadora dos alemães,
de combate inflacionário. Isso se
explica pelo trauma da hiperinflação de 1923 na Alemanha.
Com agências internacionais
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