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ESPETÁCULO DO CRESCIMENTO
Taxa de desemprego cai para 6% e deterioração do mercado de trabalho dá sinais de ter acabado
EUA criam empregos pelo 3º mês seguido
DA REDAÇÃO
A taxa de desemprego nos EUA
caiu para 6% no mês passado.
Mas o mais importante é que a
economia do país criou vagas pelo terceiro mês consecutivo, numa evidência de que pode ter chegado ao fim o mais longo período
de deterioração do mercado de
trabalho dos últimos 60 anos.
De acordo com relatório divulgado ontem pelo Departamento
de Trabalho dos EUA, as empresas do país criaram 126 mil vagas
no mês passado. O cálculo não inclui o setor agrícola. O ritmo, o
dobro do previsto por analistas, é
o melhor em nove meses.
Em outra boa notícia, o número
de vagas criadas em setembro foi
revisado para cima, de 57 mil para
125 mil. Os números de agosto,
que inicialmente tinham mostrado uma perda de 41 mil postos de
trabalho, foram revisados para
um ganho de 35 mil.
Depois de atingir um pico em
junho passado, quando subiu a
6,4%, a taxa de desemprego recuou para 6%, nível em que estava
em abril. Em setembro, o índice
era de 6,1%.
Mas a indústria ainda vive dias
difíceis, e o ganho de empregos se
concentrou no setor de serviços.
A manufatura voltou a fechar
postos de trabalho em outubro,
que foi o 37º mês de queda no nível de emprego do setor.
Segundo o Departamento de
Trabalho, a indústria do país cortou 24 mil vagas no mês passado.
O aspecto positivo é que houve
uma desaceleração no número de
demissões.
Na opinião dos analistas, a percepção é que finalmente a retomada do país começou a criar
empregos, em vez de se valer apenas da mão-de-obra já existente.
Anteriormente, a despeito da
retomada, os empresários preferiam explorar a capacidade ociosa
das empresas e os funcionários
disponíveis, postergando decisões sobre novos investimentos e
contratações.
Economistas haviam apelidado
o fenômeno de "jobless recovery"
(recuperação sem empregos). Alguns falavam até em "job-loss recovery" (ou seja, retomada com
perda de vagas).
"Finalmente podemos colocar o
prego no caixão da "jobless recovery'", afirmou Ken Mayland,
presidente da consultoria ClearView Economics. "Nós estamos
de volta ao trilho da criação de
empregos."
A melhora no mercado de trabalho é reflexo na aceleração do
crescimento dos EUA, depois da
instabilidade do primeiro semestre, sobretudo em decorrência das
incertezas que envolviam a Guerra do Iraque. No terceiro trimestre, o país cresceu a uma taxa
anualizada de 7,2%, o ritmo mais
rápido em duas décadas.
"Esses números dão alguma esperança de que o mercado de trabalho finalmente tenha invertido
a tendência", disse Marc Chandler, estrategista de câmbio do
HSBC em Nova York.
Mas, ainda assim, a taxa de desemprego permanece bem acima
dos níveis registrados durante o
boom econômico. Em 2000, a taxa estava em torno de 4%, um dos
patamares mais baixos da história
do país.
A melhora no mercado de trabalho norte-americano é mais um
em uma série de indicadores positivos divulgados recentemente. A
atividade tem se recuperado tanto
no setor de serviços como na indústria, e há sinais evidentes de
que as empresas voltaram a investir em equipamentos, antecipando uma alta na demanda.
Juros sobem
Os bons números econômicos
pressionaram as taxas de juros futuros, que encerraram a semana
em alta. As taxas dos papéis de
curto prazo, com vencimento em
dois anos, subiram para 2,1% ao
ano, o maior nível em sete meses.
Para o mercado, o Federal Reserve (banco central do país) elevará os juros mais cedo do que se
estimava anteriormente.
Com agências internacionais
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