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TRABALHO
Montadora decide conceder 18,01% de aumento salarial a funcionários de três fábricas, como determina TRT
Volks acata decisão e dá reajuste para 22 mil
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Volkswagen vai acatar a decisão do TRT (Tribunal Regional
do Trabalho) de São Paulo e pagar
reajuste salarial de 18,01% aos cerca de 22 mil funcionários de três
fábricas -São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos- a partir de 1º de novembro.
O anúncio foi feito ontem após a
montadora informar que a greve
em duas unidades paradas desde
a semana passada -a do ABC e a
de São Carlos- chegara ao fim.
O reajuste salarial de 18,01% determinado pela Justiça -inclui
15,7% de reposição de perdas da
inflação pelo INPC de outubro de
2002 a setembro de 2003 e 2% de
aumento real- será aplicado aos
salários até R$ 5.000. Acima disso,
haverá reajuste fixo de R$ 900,50.
A sentença da Justiça do Trabalho, determinada em julgamento
que ocorreu anteontem, prevê
ainda pagamento de abono de R$
600 a todos os funcionários das
três fábricas, estabilidade de 90
dias aos empregados e antecipação da data-base -neste ano, de
novembro para outubro, e, em
2004, para setembro.
A decisão dos juízes se baseou
no acordo feito entre o Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC e a Scania, a primeira montadora a atender as reivindicações dos trabalhadores na campanha salarial
deste ano. O TRT também determinou a compensação pelos dias
parados, o que está em discussão
com os sindicalistas.
A paralisação de sete dias dos
14,8 mil empregados de São Bernardo afetou a produção em Taubaté e o abastecimento de veículos (principalmente dos modelos
Gol e Polo) para a rede de 500
concessionárias Volkswagen no
país. A previsão da montadora é
que a situação volte ao normal até
a próxima quarta-feira.
A Volkswagen deve anunciar o
prejuízo financeiro com a greve
na próxima semana. De acordo
com representantes dos trabalhadores, só em São Bernardo mais
de 5.000 veículos de diversos modelos -Gol, Saveiro, Polo, Kombi e Santana- deixaram de ser
produzidos.
Na fábrica de Taubaté, as atividades foram retomadas ontem a
partir das 15h. A unidade, que
produz cerca de mil veículos por
dia (Gol e Parati), estava parada
por falta de peças desde 31 de outubro. A Volks chegou a conceder
licença remunerada para os 6.500
empregados por dois dias.
Os 534 metalúrgicos da unidade
de motores de São Carlos também retornaram ontem ao trabalho. A fábrica produz cerca de
1.200 motores por dia e estava parada desde o dia 29 de outubro.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, Rosalino Barros, a redução de
jornada -de 42 horas para 40 horas semanais- foi negociada
com a empresa e será gradual. A
partir de 2004, eles passarão a trabalhar 41 horas. Em 2005, a jornada será reduzida para 40 horas.
Outros setores
Até amanhã, trabalhadores representados por 13 sindicatos ligados à FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos) vão decidir se aceitam as propostas patronais do setor de fundição e do
Grupo 10 (lâmpadas, materiais
elétricos, entre outros setores). O
setor de fundição ofereceu 17% de
reajuste, a partir de novembro,
em parcela única. O Grupo 10,
reajuste de 16,16% em parcela
única para empresas com mais de
100 empregados. Em fábricas com
menos, o reajuste seria em duas
parcelas -11% em novembro e
4,65% em janeiro.
Colaboraram as Regionais
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