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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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TRABALHO

Montadora decide conceder 18,01% de aumento salarial a funcionários de três fábricas, como determina TRT

Volks acata decisão e dá reajuste para 22 mil

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Volkswagen vai acatar a decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo e pagar reajuste salarial de 18,01% aos cerca de 22 mil funcionários de três fábricas -São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos- a partir de 1º de novembro.
O anúncio foi feito ontem após a montadora informar que a greve em duas unidades paradas desde a semana passada -a do ABC e a de São Carlos- chegara ao fim.
O reajuste salarial de 18,01% determinado pela Justiça -inclui 15,7% de reposição de perdas da inflação pelo INPC de outubro de 2002 a setembro de 2003 e 2% de aumento real- será aplicado aos salários até R$ 5.000. Acima disso, haverá reajuste fixo de R$ 900,50.
A sentença da Justiça do Trabalho, determinada em julgamento que ocorreu anteontem, prevê ainda pagamento de abono de R$ 600 a todos os funcionários das três fábricas, estabilidade de 90 dias aos empregados e antecipação da data-base -neste ano, de novembro para outubro, e, em 2004, para setembro.
A decisão dos juízes se baseou no acordo feito entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Scania, a primeira montadora a atender as reivindicações dos trabalhadores na campanha salarial deste ano. O TRT também determinou a compensação pelos dias parados, o que está em discussão com os sindicalistas.
A paralisação de sete dias dos 14,8 mil empregados de São Bernardo afetou a produção em Taubaté e o abastecimento de veículos (principalmente dos modelos Gol e Polo) para a rede de 500 concessionárias Volkswagen no país. A previsão da montadora é que a situação volte ao normal até a próxima quarta-feira.
A Volkswagen deve anunciar o prejuízo financeiro com a greve na próxima semana. De acordo com representantes dos trabalhadores, só em São Bernardo mais de 5.000 veículos de diversos modelos -Gol, Saveiro, Polo, Kombi e Santana- deixaram de ser produzidos.
Na fábrica de Taubaté, as atividades foram retomadas ontem a partir das 15h. A unidade, que produz cerca de mil veículos por dia (Gol e Parati), estava parada por falta de peças desde 31 de outubro. A Volks chegou a conceder licença remunerada para os 6.500 empregados por dois dias.
Os 534 metalúrgicos da unidade de motores de São Carlos também retornaram ontem ao trabalho. A fábrica produz cerca de 1.200 motores por dia e estava parada desde o dia 29 de outubro.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, Rosalino Barros, a redução de jornada -de 42 horas para 40 horas semanais- foi negociada com a empresa e será gradual. A partir de 2004, eles passarão a trabalhar 41 horas. Em 2005, a jornada será reduzida para 40 horas.

Outros setores
Até amanhã, trabalhadores representados por 13 sindicatos ligados à FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos) vão decidir se aceitam as propostas patronais do setor de fundição e do Grupo 10 (lâmpadas, materiais elétricos, entre outros setores). O setor de fundição ofereceu 17% de reajuste, a partir de novembro, em parcela única. O Grupo 10, reajuste de 16,16% em parcela única para empresas com mais de 100 empregados. Em fábricas com menos, o reajuste seria em duas parcelas -11% em novembro e 4,65% em janeiro.


Colaboraram as Regionais

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