PATRÍCIA COSTA
ENVIADA ESPECIAL A ANÁPOLIS (GO)

O ministro dos Transportes, Anderson Adauto, irá propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que dê ao setor de infra-estrutura o mesmo tratamento anunciado nesta semana ao de saneamento básico, segundo o novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Pelo acordo, o excesso de R$ 2,9 bilhões de economia obtida neste ano para o pagamento de juros da dívida pública, quando comparado com a meta negociada com o FMI, será usado no próximo ano em obras de saneamento básico.
"Estou fazendo um apelo ao presidente para o acordo não incluir apenas saneamento", disse Adauto, em Anápolis (GO), após cerimônia de início das obras de recuperação, restauração e manutenção da rodovia Belém-Brasília. As obras custaram R$ 227,9 milhões, custeados pelo governo brasileiro e pelo Banco Mundial.
Adauto, cuja permanência no cargo corre risco com a reforma ministerial prevista para o fim do ano, disse que está elaborando uma "nota técnica" que enviará a Lula para apresentar o pedido.
Embora fale em infra-estrutura de uma maneira geral, Adauto disse que não houve entendimento entre ele e outros ministros de pastas ligadas ao setor, como Minas e Energia e Comunicações.
O ministro, que já reclamou várias vezes de falta de verba, disse que a infra-estrutura também é importante, inclusive para que o Brasil possa manter-se em dia com os pagamentos ao FMI. "É óbvio que saneamento é importante. Mas a infra-estrutura é fundamental, até para o país ter condições de pagar suas contas."


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