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FÓRUM SOCIAL
Outro objetivo será mobilizar a sociedade
Movimentos sociais promovem campanha por plebiscito da Alca
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Movimentos sociais que defendem a saída do Brasil das negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) lançaram
ontem, no Fórum Social Brasileiro, em Belo Horizonte, uma campanha nacional para que, nas eleições municipais de 2004, haja um
plebiscito sobre a participação ou
não do país no bloco comercial.
O alvo da campanha é a aprovação do projeto do senador Saturnino Braga (PT-RJ) que prevê a
realização do plebiscito. Os movimentos sociais, sindicais e político-partidários que participam do
fórum querem mobilizar a sociedade e, paralelamente, pressionar
o Congresso pela aprovação.
Sandra Quintela, da coordenação nacional do movimento
Campanha Contra a Alca, disse
que o projeto deve ser aprovado
até abril para que o plebiscito
aconteça. No Congresso, o movimento conta com uma frente parlamentar, que tem cerca de 60
congressistas, criada para acompanhar as discussões da Alca.
Nos Estados Unidos, o ministro
das Relações Exteriores do Brasil,
Celso Amorim, encontrou-se
com o representante de Comércio
norte-americano, Robert Zoellick, para discutir a Alca.
Depois de duas horas e 20 minutos de reunião, Amorim disse
que os dois países concordaram
em divulgar uma declaração em
Miami que permita "possibilitar
um avanço nas negociações da
Alca". Amorim não detalhou que
tipo de proposta foi discutida durante da reunião, mas voltou a
afirmar que o Brasil está disposto
a flexibilizar nas áreas que Brasil
considera sensíveis. Investimentos, propriedade intelectual, compras governamentais. Amorim
destacou que Brasil e EUA consideram fundamental continuar
negociando esses pontos sensíveis e as áreas que interessam ao
Brasil (subsídios agrícolas e antidumping) no âmbito da OMC.
"Não houve clima de confronto e
o resultado é que procuraremos
continuar ao longo do processo
com um clima positivo de negociação".
"Alca, OMC e dependência externa: estratégias econômicas de
dominação" foi o tema da primeira conferência do fórum.
Os conferencistas criticaram a
política externa dos EUA, o grande interessado na consolidação da
Alca, segundo eles. Não houve
ninguém, da mesa ou do público,
que ao menos amenizasse o tom
em relação ao comportamento
norte-americano.
Fátima Mello, secretária-executiva da Rebrip (Rede Brasil pela
Integração dos Povos), rejeitou a
idéia de criação de uma integração a partir de um bloco comercial que, segundo ela, se sustentaria apenas sobre o capital.
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