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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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FÓRUM SOCIAL

Outro objetivo será mobilizar a sociedade

Movimentos sociais promovem campanha por plebiscito da Alca

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Movimentos sociais que defendem a saída do Brasil das negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) lançaram ontem, no Fórum Social Brasileiro, em Belo Horizonte, uma campanha nacional para que, nas eleições municipais de 2004, haja um plebiscito sobre a participação ou não do país no bloco comercial.
O alvo da campanha é a aprovação do projeto do senador Saturnino Braga (PT-RJ) que prevê a realização do plebiscito. Os movimentos sociais, sindicais e político-partidários que participam do fórum querem mobilizar a sociedade e, paralelamente, pressionar o Congresso pela aprovação.
Sandra Quintela, da coordenação nacional do movimento Campanha Contra a Alca, disse que o projeto deve ser aprovado até abril para que o plebiscito aconteça. No Congresso, o movimento conta com uma frente parlamentar, que tem cerca de 60 congressistas, criada para acompanhar as discussões da Alca.
Nos Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, encontrou-se com o representante de Comércio norte-americano, Robert Zoellick, para discutir a Alca.
Depois de duas horas e 20 minutos de reunião, Amorim disse que os dois países concordaram em divulgar uma declaração em Miami que permita "possibilitar um avanço nas negociações da Alca". Amorim não detalhou que tipo de proposta foi discutida durante da reunião, mas voltou a afirmar que o Brasil está disposto a flexibilizar nas áreas que Brasil considera sensíveis. Investimentos, propriedade intelectual, compras governamentais. Amorim destacou que Brasil e EUA consideram fundamental continuar negociando esses pontos sensíveis e as áreas que interessam ao Brasil (subsídios agrícolas e antidumping) no âmbito da OMC. "Não houve clima de confronto e o resultado é que procuraremos continuar ao longo do processo com um clima positivo de negociação".
"Alca, OMC e dependência externa: estratégias econômicas de dominação" foi o tema da primeira conferência do fórum.
Os conferencistas criticaram a política externa dos EUA, o grande interessado na consolidação da Alca, segundo eles. Não houve ninguém, da mesa ou do público, que ao menos amenizasse o tom em relação ao comportamento norte-americano.
Fátima Mello, secretária-executiva da Rebrip (Rede Brasil pela Integração dos Povos), rejeitou a idéia de criação de uma integração a partir de um bloco comercial que, segundo ela, se sustentaria apenas sobre o capital.


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