São Paulo, quinta-feira, 08 de novembro de 2007

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

PAC ARGENTINO
O PAC brasileiro patina, mas o Brasil dá todo incentivo a um hipotético PAC argentino (Plano Argentino de Crescimento). A afirmação, em tom jocoso, é de Christian Saigh, diretor do Sindustrigo, e foi feita após mais uma elevação das taxas de retenção do trigo argentino. Desta vez, de 20% para 28%.

"NÃO FAZ NADA"
A nova medida do governo argentino fará com que os moinhos brasileiros paguem mais caro pelo trigo em grão e que os moinhos argentinos coloquem a farinha pronta com maiores vantagens no mercado brasileiro. "O pior é que o governo [brasileiro] assiste a tudo e não faz nada", acrescenta Saigh.

DESVANTAGENS
Com a taxa de 28% sobre as exportações por lá, os brasileiros vão pagar US$ 100 a mais por tonelada de trigo em grão. Isso dá fôlego para os argentinos aumentarem ainda mais a venda de farinha de trigo aqui no Brasil, já que a taxa de exportação para esse produto é de apenas 10%.

VAI PARA O BOLSO
A nova conta indica que os moinhos brasileiros vão pagar US$ 300 por tonelada de trigo, e têm impostos de 28%. Já os argentinos pagam US$ 200 por tonelada e têm taxa de apenas 10% quando exportam a farinha de trigo para o Brasil.

ROMBO ELEITORAL
O aumento de retenção nas exportações de cereais na Argentina -ocorre também sobre soja (de 27,5% a 35%) e milho (20% a 25%)- deve dar US$ 1,5 bilhão extra ao governo. Para os produtores, essas novas taxas de retenção são para tapar o rombo dos gastos do governo com as recentes eleições.

PÉ NO ACELERADOR
A produção total de máquinas agrícolas atingiu 54,6 mil unidades até outubro, 42% a mais do que em igual período de 2006. O grande avanço foi na produção de colheitadeiras, que dobrou no período, somando 3.783.

VENDAS AQUECIDAS
Os dados de outubro mostram que o ânimo voltou, já que as compras de colheitadeiras somaram 318 unidades, 170% a mais do que em igual período de 2006. Nos dez primeiros meses, as vendas somam 1.688 unidades, com evolução de 133% sobre 2006. As compras totais de máquinas foram de 4.200 no mês passado, maior número desde o final de 2004.

FRANGO A R$ 1,50
O valor do frango voltou a cair ontem nas granjas do interior paulista. O quilo da ave viva foi comercializado a R$ 1,50. A oferta de animais prontos para o abate e as fracas vendas nas últimas semanas provocaram a redução. Os preços caem no momento que os custos, principalmente do milho, estão elevados.


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