São Paulo, quinta-feira, 08 de novembro de 2007

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GM, petróleo e queda do dólar ante o euro afetam Bolsas

Bovespa perde 1,55%, e Dow Jones recua 2,64%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a terça-feira de ganhos, os mercados não encontraram ânimo para repetir o desempenho positivo ontem. Fracos resultados corporativos nos EUA, a ameaça do petróleo de alcançar os US$ 100 e persistentes dúvidas em relação à saúde do sistema financeiro americano estiveram entre fatores que seguraram os mercados.
A Bovespa seguiu a tendência mundial e terminou o pregão com desvalorização de 1,55%. O dólar se apreciou em 0,23%, negociado a R$ 1,74.
A Bolsa de Nova York abriu respondendo negativamente ao mau resultado da GM no terceiro trimestre -as ações da empresa automobilística tiveram forte queda de 6%. O índice Dow Jones, que agrupa as 30 ações americanas de maior liquidez, fechou com recuo de 2,64%. A Nasdaq perdeu 2,70%.
A informação de que autoridades chinesas sinalizaram que acham importante que o país diversifique suas reservas internacionais, diminuindo a participação do dólar, favoreceu o clima ruim que dominou o mercado, com a depreciação da moeda americana diante de ativos de seus principais parceiros comerciais. O euro chegou a ser negociado acima do patamar recorde de US$ 1,47.
As duas maiores Bolsas da Europa também terminaram o pregão no vermelho: Londres teve baixa de 1,39%, e Frankfurt caiu 0,35%.
Para se somar ao dia negativo, a MBA (a associação americana dos bancos especializados em hipotecas) divulgou que houve queda de 1,6% no volume de pedidos de empréstimos imobiliários no país na última semana.
A crise no setor de crédito imobiliário americano, que se agravou no fim de julho, derrubou os mercados mundiais por semanas e tem mostrado seus estragos nos últimos balanços divulgados pelos grandes bancos americanos e europeus.
No Brasil, o mercado teve de lidar com o dado negativo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro. O índice de preços apontou inflação de 0,30%, contra 0,18% registrado em setembro. O mercado financeiro contava com uma elevação em torno de 0,20% na taxa medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com esse dado de inflação, os investidores praticamente enterraram suas últimas esperanças em relação à possibilidade de a taxa básica Selic voltar a ser reduzida neste ano.
Tanto que ontem, no pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas de juros futuros subiram.
No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) que vence na virada do ano, a taxa se elevou de 11,13% para 11,15% anuais. No contrato que vence daqui a 15 meses, um dos mais negociados do pregão, a taxa subiu de 11,40% para 11,51%.
A taxa básica da economia está em 11,25% anuais. Segundo a última pesquisa feita pelo Banco Central com cem instituições financeiras, a expectativa é que a taxa Selic encerre o ano neste patamar.

Ações fracas
Com o fraco desempenho dos papéis das maiores companhias brasileiras, o índice Ibovespa -que agrupa as 63 ações mais negociadas- operou em queda praticamente durante todo o pregão de ontem.
As ações de Petrobras e da Vale do Rio Doce representaram, juntas, cerca de 35% de todas as operações realizadas ontem. O pregão movimentou R$ 5,9 bilhões.
A ação preferencial "A" da Vale do Rio Doce terminou ontem com desvalorização de 2,04%, e a PN da Petrobras teve alta moderada, de 0,35%.


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