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GM, petróleo e queda do dólar ante o euro afetam Bolsas
Bovespa perde 1,55%, e Dow Jones recua 2,64%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a terça-feira de ganhos,
os mercados não encontraram
ânimo para repetir o desempenho positivo ontem. Fracos resultados corporativos nos EUA,
a ameaça do petróleo de alcançar os US$ 100 e persistentes
dúvidas em relação à saúde do
sistema financeiro americano
estiveram entre fatores que seguraram os mercados.
A Bovespa seguiu a tendência
mundial e terminou o pregão
com desvalorização de 1,55%. O
dólar se apreciou em 0,23%,
negociado a R$ 1,74.
A Bolsa de Nova York abriu
respondendo negativamente
ao mau resultado da GM no terceiro trimestre -as ações da
empresa automobilística tiveram forte queda de 6%. O índice Dow Jones, que agrupa as 30
ações americanas de maior liquidez, fechou com recuo de
2,64%. A Nasdaq perdeu 2,70%.
A informação de que autoridades chinesas sinalizaram que
acham importante que o país
diversifique suas reservas internacionais, diminuindo a
participação do dólar, favoreceu o clima ruim que dominou
o mercado, com a depreciação
da moeda americana diante de
ativos de seus principais parceiros comerciais. O euro chegou a ser negociado acima do
patamar recorde de US$ 1,47.
As duas maiores Bolsas da
Europa também terminaram o
pregão no vermelho: Londres
teve baixa de 1,39%, e Frankfurt caiu 0,35%.
Para se somar ao dia negativo, a MBA (a associação americana dos bancos especializados
em hipotecas) divulgou que
houve queda de 1,6% no volume de pedidos de empréstimos
imobiliários no país na última
semana.
A crise no setor de crédito
imobiliário americano, que se
agravou no fim de julho, derrubou os mercados mundiais por
semanas e tem mostrado seus
estragos nos últimos balanços
divulgados pelos grandes bancos americanos e europeus.
No Brasil, o mercado teve de
lidar com o dado negativo do
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro. O
índice de preços apontou inflação de 0,30%, contra 0,18% registrado em setembro. O mercado financeiro contava com
uma elevação em torno de
0,20% na taxa medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Com esse dado de inflação, os
investidores praticamente enterraram suas últimas esperanças em relação à possibilidade
de a taxa básica Selic voltar a
ser reduzida neste ano.
Tanto que ontem, no pregão
da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas de juros futuros subiram.
No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) que vence na virada do ano, a taxa se elevou de
11,13% para 11,15% anuais. No
contrato que vence daqui a 15
meses, um dos mais negociados
do pregão, a taxa subiu de
11,40% para 11,51%.
A taxa básica da economia está em 11,25% anuais. Segundo a
última pesquisa feita pelo Banco Central com cem instituições financeiras, a expectativa
é que a taxa Selic encerre o ano
neste patamar.
Ações fracas
Com o fraco desempenho
dos papéis das maiores companhias brasileiras, o índice Ibovespa -que agrupa as 63 ações
mais negociadas- operou em
queda praticamente durante
todo o pregão de ontem.
As ações de Petrobras e da
Vale do Rio Doce representaram, juntas, cerca de 35% de todas as operações realizadas ontem. O pregão movimentou R$
5,9 bilhões.
A ação preferencial "A" da
Vale do Rio Doce terminou ontem com desvalorização de
2,04%, e a PN da Petrobras teve
alta moderada, de 0,35%.
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