DA SUCURSAL DO RIO

Apesar da crise e seus efeitos recessivos, o Banco Central poderá voltar a elevar a taxa de juros já em dezembro, se o câmbio continuar pressionando a inflação, avaliam especialistas.
Isso porque a crise e a disparada do dólar colocaram o BC em um impasse sobre qual caminho deve seguir: elevar a taxa de juros e conter a demanda -e, conseqüentemente, a inflação- ou manter a Selic -e até mesmo reduzi-la- com o objetivo de evitar que a crise evolua para uma contração da economia.
Conservador, o BC deve optar por subir novamente a taxa de juros. "O Banco Central pode até mesmo voltar a subir a Selic na reunião [do Copom] de dezembro, se a crise se agravar e o dólar subir mais. Avalio, porém, que o mais provável é manter a taxa inalterada até para analisar melhor a situação", diz Fábio Romão, da LCA.
Não há num horizonte de médio prazo, afirma, a possibilidade de o BC adotar uma política monetária expansionista e cortar a taxa de juro.
É que o câmbio, segundo Romão, pode jogar a inflação do ano que vem para próximo do teto da meta (6,5%).
Marcela Prada, da Tendências, diz que o câmbio já fez um estrago nos índices de preço por atacado que certamente chegará ao varejo.
Diante disso, ela não descarta uma alta em dezembro.
"Há muita incerteza e o câmbio é a peça-chave. O BC vai acompanhar a desaceleração da economia e ver se parte do papel da política monetária [de desacelerar o consumo] poderá ser feito pela crise", diz Prada.


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