São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2008

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Para Lula, Obama "é quem tem mais responsabilidade para resolver" crise global

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama, é "quem tem mais responsabilidade para resolver" a crise financeira global, enquanto governantes do resto do mundo devem evitar que ela se alastre para "a cabeça do povo" e contamine o consumo. Segundo Lula, é preciso "apostar em mais capacidade de investimento do Estado".
"Obviamente ele [Obama] vai ter que tomar atitudes para resolver a crise, porque essa crise não vai durar muito tempo. Porque todo o capital político que ele conquistou ele pode perder se a crise perdurar um ano, um ano e meio", afirmou Lula ontem, em encontro de prefeitos e governadores dos países do Mercosul.
Para conter os efeitos da crise, Lula disse que Obama deve agir "agora", em plena transição de governo entre as equipes do democrata e do governo do republicano George W. Bush.
"O presidente [eleito] Obama tem que tomar atitudes agora, enquanto não é presidente. Eu diria que até no grupo de transição ele tem que começar a tomar as medidas", declarou.
Em paralelo às iniciativas que Lula espera do norte-americano, o brasileiro disse que os mandatários das demais nações devem ser "otimistas" e adotar medidas que não gerem "pânico", para não comprometer o comércio e a indústria, que dependem do consumo.
"Num primeiro momento, o pânico vai direto na cabeça do povo", disse Lula. "À medida que chega à cabeça do povo o pânico, retratado 24 horas por dia pelos meios de comunicação, a primeira coisa que acontece é o cidadão ficar com medo de comprar", afirmou. "A economia não gira. Aí a crise chegou."
Lula declarou ainda que a crise abre "oportunidades", sendo uma delas a volta do Estado como principal indutor da economia e do aquecimento do consumo interno. "Não podemos deixar de tomar atitudes, não compactuando com o baixo astral dos países que estão no coração da crise", afirmou.
"Qual é a vantagem que temos neste momento? A vantagem é que temos um potencial de crescimento do mercado interno, que eles [países ricos em dificuldades pela crise] já não têm."


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