|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mulheres estão empreendendo mais a cada ano
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a presença das mulheres é muito tímida nas posições mais elevadas das grandes companhias, nas pequenas e médias empresas a liderança feminina é marcante e tem crescido rapidamente nos últimos anos.
No que diz respeito a abrir
um negócio próprio, a diferença também tem se estreitado aceleradamente. De
acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, em 2008 a taxa de empreendedorismo dos homens ficou em 54%, ante
46% das mulheres. Em 2000,
o índice feminino estava em
apenas 29%.
A parte ruim é que a parcela das mulheres que empreendem por necessidade
-que viram empresárias do
dia para a noite porque perderam o emprego ou precisam ajudar no sustento da família- é maior do que a dos
homens: 63% ante 38%. "Essa porcentagem está diminuindo", ressalva o diretor
superintendente do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de
São Paulo), Ricardo Torto-
rella. "Para todos, planejamento é a grande chave do
sucesso. Quanto maior for o
conhecimento do ramo, do
negócio e do público, mais altas as chances de dar certo."
Janete Ribeiro Vaz, que,
com a sócia Sandra Costa,
fundou há 25 anos a rede de
laboratórios de análises clínicas Sabin em Brasília, admite que, no começo, contaram apenas com a coragem.
"Tínhamos um sonho", resume. "Depois, quando precisamos crescer, aí sim buscamos o suporte de uma consultoria especializada, que
traçou um plano."
Existem importantes diferenças entre os estilos de
empreender masculino e feminino, destaca Tortorella.
"Elas têm uma ótima capacidade de persuasão e se preocupam em cultivar os relacionamentos com clientes e
fornecedores, o que contribui para o progresso da empresa. No entanto, mostram
menor disponibilidade para
correr riscos e não persistem
muito quando as coisas começam a dar errado", diz.
Isso não se aplica ao caso
do Sabin, afirma Vaz. "Enfrentamos muitos obstáculos no início e jamais pensamos em desistir. Sofremos
bastante preconceito, como
quando, certa vez, fomos
prejudicadas em uma licitação. O país ainda estava no
governo militar."
Para Tortorella, o fato de
haver mais mulheres empreendedoras deve estimular a criação de políticas públicas voltadas para elas. "A
geração de renda e emprego
está cada vez mais nas suas
mãos e elas são mais sensíveis a questões como a proteção ao ambiente e a responsabilidade social."
Texto Anterior: Proibido para mulheres Próximo Texto: Executivas tentam equilibrar família e trabalho Índice
|