São Paulo, Quarta-feira, 08 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INDÚSTRIA
Recuperação é frente a setembro, mas acumulado no ano fica negativo em 2,2%, segundo o IBGE
Produtividade sobe 1,6% em outubro

ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

A produção industrial do país subiu 1,6% em outubro em relação a setembro, já descontados os efeitos sazonais -outubro é o melhor mês para a indústria devido às encomendas de final de ano do comércio-, segundo divulgou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os resultados confirmam a reação iniciada em julho, mas não serão suficientes para eliminar o desempenho negativo até dezembro. De julho, quando começou a diminuir o ritmo da queda da indústria, a outubro, o setor acumula um crescimento de 2,2%. No acumulado do ano, porém, o resultado fica negativo (-2,2%).
Se a indústria mantiver o ritmo de crescimento de outubro nos próximos dois meses, em média, ela fechará 99 com uma queda de 1,1% sobre 98, segundo cálculos do chefe do departamento de indústria do IBGE, Sílvio Sales, cenário que classifica como factível.
A queda de 2,3% verificada em 1998 interrompeu cinco anos consecutivos de crescimento. A possibilidade de o nível da produção industrial deste ano empatar com o de 98 está descartada. "A indústria teria que crescer 7,3% nos dois últimos meses", disse Sales.
A produção de 99 ficará baixa, mas, ante todo o cenário catastrófico traçado no início do ano, uma queda de 1,1% "é satisfatória".
O impacto dessa esperada queda da produção industrial no PIB (Produto Interno Bruto) deste ano não pode ser estimado porque os números divulgados ontem não envolvem todos os setores que pesam no cálculo do PIB (soma das riquezas produzidas pelo país num período).
A indústria que entra no cálculo do PIB inclui ainda a construção civil e os chamados serviços industriais de utilidade pública (como energia e telefonia). Desses dois, o mais relevante é a construção civil, que não vem exibindo um bom desempenho.
Segundo dados do próprio IBGE, o setor acumulou uma queda de 4,1% de janeiro a outubro. A expectativa é que a indústria da construção civil feche 99 com um desempenho um pouco melhor, embora ainda negativo.
A compensação estatística será possível porque, ao comparar o resultado de novembro e dezembro com o do mesmo período de 98, o instituto possivelmente chegará a um resultado positivo, já que a produção estava baixa.
A mesma explicação vale para o crescimento de 2,5% detectado em outubro contra outubro de 98 -período abalado pela crise russa. Foi a melhor taxa do ano.
O crescimento de 1,6% de outubro foi puxado por 16 dos 20 ramos pesquisados. Mesmo nos quatro setores que apresentaram queda, a pior taxa não passou de -0,5%, segundo o IBGE.



Texto Anterior: Ainda há perguntas sem resposta
Próximo Texto: Setor de bens duráveis tem a maior recuperação
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.