|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INDÚSTRIA
Recuperação é frente a setembro, mas acumulado no ano fica negativo em 2,2%, segundo o IBGE
Produtividade sobe 1,6% em outubro
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
A produção industrial do país
subiu 1,6% em outubro em relação a setembro, já descontados os
efeitos sazonais -outubro é o
melhor mês para a indústria devido às encomendas de final de ano
do comércio-, segundo divulgou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os resultados confirmam a reação iniciada em julho, mas não serão suficientes para eliminar o desempenho negativo até dezembro. De julho, quando começou a
diminuir o ritmo da queda da indústria, a outubro, o setor acumula um crescimento de 2,2%. No
acumulado do ano, porém, o resultado fica negativo (-2,2%).
Se a indústria mantiver o ritmo
de crescimento de outubro nos
próximos dois meses, em média,
ela fechará 99 com uma queda de
1,1% sobre 98, segundo cálculos
do chefe do departamento de indústria do IBGE, Sílvio Sales, cenário que classifica como factível.
A queda de 2,3% verificada em
1998 interrompeu cinco anos consecutivos de crescimento. A possibilidade de o nível da produção
industrial deste ano empatar com
o de 98 está descartada. "A indústria teria que crescer 7,3% nos
dois últimos meses", disse Sales.
A produção de 99 ficará baixa,
mas, ante todo o cenário catastrófico traçado no início do ano, uma
queda de 1,1% "é satisfatória".
O impacto dessa esperada queda da produção industrial no PIB
(Produto Interno Bruto) deste
ano não pode ser estimado porque os números divulgados ontem não envolvem todos os setores que pesam no cálculo do PIB
(soma das riquezas produzidas
pelo país num período).
A indústria que entra no cálculo
do PIB inclui ainda a construção
civil e os chamados serviços industriais de utilidade pública (como energia e telefonia). Desses
dois, o mais relevante é a construção civil, que não vem exibindo
um bom desempenho.
Segundo dados do próprio IBGE, o setor acumulou uma queda
de 4,1% de janeiro a outubro. A
expectativa é que a indústria da
construção civil feche 99 com um
desempenho um pouco melhor,
embora ainda negativo.
A compensação estatística será
possível porque, ao comparar o
resultado de novembro e dezembro com o do mesmo período de
98, o instituto possivelmente chegará a um resultado positivo, já
que a produção estava baixa.
A mesma explicação vale para o
crescimento de 2,5% detectado
em outubro contra outubro de 98
-período abalado pela crise russa. Foi a melhor taxa do ano.
O crescimento de 1,6% de outubro foi puxado por 16 dos 20 ramos pesquisados. Mesmo nos
quatro setores que apresentaram
queda, a pior taxa não passou de
-0,5%, segundo o IBGE.
Texto Anterior: Ainda há perguntas sem resposta Próximo Texto: Setor de bens duráveis tem a maior recuperação Índice
|