São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Trevisan defende plano de microrreformas

A grande mudança que o país precisa para atingir o crescimento sustentável não é de ordem macroeconômica, e sim microeconômica. O debate sobre câmbio, juros, inflação já se esgotou, e o importante agora é discutir questões objetivas para viabilizar a agenda de desenvolvimento do país.
A afirmação foi feita pelo empresário e consultor Antoninho Marmo Trevisan, da DBO Trevisan, durante reunião do "Conselhão", na terça, em Brasília, com a presença de Lula. Ele apresentou um plano de sete pontos elaborado por empresários paulistas e mais o BNDES para reativar o investimento em infra-estrutura.
O primeiro ponto foi o de restabelecer a capacidade de investimento do poder público. Como contador, ressaltou o que ele considera um erro do Brasil, que já dura 20 anos, que é a forma de contabilizar os investimentos públicos. "O Brasil é o único país do mundo que contabiliza investimento como despesa, e essa é uma das razões que nos levou a ter esse crescimento pífio", afirmou.
O segundo ponto foi o de estimular o investimento privado. Segundo Trevisan, o país precisa de pequenas mudanças que sejam constantes e permanentes, e menos reformas de caráter geral. "O Brasil precisa eliminar algumas travas burocráticas que emperram a vontade do empresário de investir", diz.
O terceiro item defendido pelo consultor foi o de se definir uma garantia saudável no ambiente de negócios para atrair capitais. O quarto foi o rearranjo institucional. O quinto, de estabelecer contrapartidas sociais às empresas, e o sexto, a criação de balizadores para hierarquização dos investimentos em infra-estrutura.
O sétimo item trata da estratégia para resolução de conflitos. Para Trevisan, a infra-estrutura carece de um setor, um grupo ou uma personalidade que resolva os conflitos, sejam eles de natureza social, de ambiente ou sindical.

NATAL DO BEM
Será realizada no próximo dia 13, em São Paulo, a quarta edição do Natal do Bem, uma festa beneficente promovida pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais) para arrecadação de recursos a serem doados a entidades assistenciais. A expectativa é chegar a R$ 2,5 milhões, destinados ao Instituto Pró Queimados, Lar do Caminho, Hospital do Câncer de Barretos, Amem e Projeto Âncora. O evento deverá contar com a presença de mil pessoas representando 400 empresas. O ponto alto da festa serão os shows de Toquinho e Ivete Sangalo, que abriram mão de seus cachês para se apresentar no evento. O Natal do Bem foi organizado pelos empresários João Doria Jr. (Lide), Sergio De Nadai (De Nadai) e Paulo Zottolo (Philips). João Doria espera que mais grupos empresariais se mobilizem para tomar iniciativas como essa. As cem mesas do evento foram comercializadas por valores que variavam de R$ 15 mil a R$ 80 mil cada uma.

NA BOLSA
São fortes os rumores de que a SulAmérica estaria se preparando para lançar ações no primeiro trimestre de 2007. O lançamento deverá totalizar US$ 1 bilhão -US$ 600 milhões de oferta primária. A operação incluiria a venda da carteira de saúde da seguradora para a Golden Cross. A empresa, no entanto, não confirma. A SulAmérica já tem uma pequena parcela do capital em Bolsa -nos últimos dias, o preço do papel quadruplicou.

AÇÃO PREVENTIVA
Os minoritários já se preparam para não sofrerem prejuízos no caso de mudanças acionárias da Vivo e da TIM. É uma disputa de bilhões de reais. A TIM está à venda e a Vivo pode ficar integralmente com a Telefônica, se conseguir comprar 50% da Portugal Telecom. O poder de fogo dos donos das empresas é imenso: a Telecom Italia controla 81% das ações ordinárias e 64% das preferenciais. Na Vivo, os atuais proprietários têm 89% das ordinárias e 47,5% das preferenciais. Os minoritários contataram três grandes escritórios de advocacia para evitar perdas.

CONCORRIDO
Delfim Netto não conseguiu se reeleger para a Câmara, mas seu prestígio continua em alta. Sua palestra na festa de fim de ano do Banco Fator, terça, em SP, está concorrida: 250 pessoas já confirmaram presença.

DANÇA DAS CADEIRAS
Sai Miguel Cui, atual presidente da Dedic, a empresa de "call center" da Portugal Telecom, e entra, no seu lugar, Paulo Neto Leite, importado de Portugal. Miguel Cui anuncia seu próximo destino em breve.

NOVO FUNDO
Ilan Goldfajn (ex-BC) lança neste mês o fundo de investimento multimercado Ciano (azul puro), em sociedade com Marcelo Muniz (ex-BBM e atual Axio). Golfajn pretende fazer um fundo agressivo.


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