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Para analistas, ata do Copom deixa dúvidas sobre os juros
Investidores se dividem entre corte de 0,25 ou 0,5 ponto
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro reagiu
sem muito entusiasmo à ata do
Copom, apresentada na manhã
de ontem. Investidores e analistas esperavam que o documento trouxesse sinais mais
claros sobre o futuro dos juros.
A Bolsa de Valores de São Paulo
terminou o pregão de ontem
com queda de 0,43%. As taxas
futuras de juros tiveram baixas
moderadas.
Dessa forma, o mercado ainda se divide entre as previsões
de que a taxa Selic cairá 0,25
ponto ou 0,50 ponto percentual na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de 2007, em janeiro.
Na semana passada, o Copom decidiu reduzir a taxa básica Selic de 13,75% para
13,25%. A decisão foi dividida:
cinco votaram a favor do corte
de 0,50 ponto; outros três votaram por uma redução de 0,25
ponto na taxa.
No contrato DI que vence no
fim de janeiro e mostra as projeções para o próximo encontro
do Copom, a taxa recuou de
13,11% para 13,09% no pregão
de ontem da BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros). O DI
(Depósito Interfinanceiro) que
vence daqui a um ano também
fechou com queda, de 12,64%
para 12,57%.
O número de contratos DI
negociados na BM&F ontem
cresceu 24% e alcançou 1,07
milhão de papéis.
"Quem esperava que o documento sacramentasse o 0,25
ponto de corte a partir de janeiro não encontrou essa certeza",
avalia a Modal Asset em análise
enviada a clientes. "Porém, para nós, que encaramos com naturalidade o placar apertado de
5 a 3 na reunião do Copom, a
leitura da ata nos apontou que a
tendência da próxima reunião é
uma redução de ritmo de corte,
para 0,25 ponto", afirma.
Para o mercado acionário,
quanto mais caírem os juros,
melhor. Isso porque um movimento nesse sentido diminui a
rentabilidade dos fundos que
pagam juros, podendo estimular investidores a migrar para a
Bolsa.
Durante o pregão de ontem, a
Bovespa chegou a subir quase
1%, para a marca recorde de
43.506 pontos. Mas não se sustentou em patamar tão elevado
e fechou aos 42.909 pontos.
A maior alta do Ibovespa ontem ficou com a ação PNB da
Eletropaulo (3,05%). A maior
baixa também ficou com o papel de uma elétrica -Light ON,
que recuou de 2,83%.
"A dissidência de três membros do comitê fez com que os
agentes do mercado, em um
primeiro momento, acreditassem numa redução do ritmo de
corte da taxa Selic já no início
de 2007, saindo dos 0,5 ponto
para 0,25 ponto. Entretanto, o
conteúdo da ata divulgada hoje
[ontem] sinaliza, em grande
parte, a continuidade do atual
ritmo de queda dos juros, de 0,5
ponto", afirmou a consultoria
Austin Rating, que prevê que a
Selic encerrará o próximo ano
em 12%.
O dólar terminou o dia negociado a R$ 2,145, marcando
desvalorização de 0,05% diante
do real.
Números
Dados do mercado de trabalho norte-americano vão ser
acompanhados de perto pelos
investidores hoje nas principais praças financeiras.
Outro dado importante para
o mercado local será a divulgação do IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo) de novembro, medido pelo IBGE. O
IPCA é o índice que o governo
utiliza para monitorar sua meta de inflação. E, para que os juros sigam em queda, é fundamental que a inflação não comece a demonstrar riscos de
pressão excessiva.
A expectativa do mercado é
que o IPCA feche novembro em
torno de 0,36%.
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