DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Representantes da Parmalat tiveram ontem encontro com o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) para dar ao governo informações sobre a situação da empresa no país e as perspectivas para os próximos meses. A iniciativa foi uma tentativa de acalmar as repercussões da crise da empresa no mercado de leite.
Segundo a Folha apurou, Ricardo Gonçalves, presidente da Parmalat no Brasil, e Afonso Champ, gerente-executivo de comunicação, afirmaram que a situação da empresa deve melhorar ainda neste semestre. Para eles, a crise da companhia brasileira é menor do que a da matriz italiana.
Quanto ao pagamento das cooperativas que ainda não receberam pelo leite entregue em novembro, ele será feito, embora não haja uma data estabelecida para isso, afirmaram.
Champ disse na terça-feira que a dívida não ultrapassa 5% da compra de leite feita pela empresa. Esse valor somaria R$ 1,5 milhão. Já os representantes de cooperativas do noroeste do Rio de Janeiro afirmam que a Parmalat deve R$ 2,3 milhões para os fornecedores da região.
Hoje, o ministro apresenta o plano do governo para o auxílio ao setor leiteiro. A comissão montada pelo Ministério da Agricultura para propor sugestões para a crise da Parmalat no Brasil e do setor entregou a Rodrigues um projeto que propõe linha de financiamento de R$ 500 milhões, a compra de 2.000 toneladas de leite em pó para o programa Fome Zero e empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para projetos de infra-estrutura.
Anteontem, o superintendente da área de inclusão social do banco, Mário Guedes, afirmou que o BNDES pode financiar a compra de máquinas para o beneficiamento de leite. A única condição é o recebimento de um pedido de empréstimo estruturado, com viabilidade econômica. Mas ele descartou a criação de uma linha especial de crédito para o setor.


Texto Anterior: Aviação: Aumenta a ocupação nos vôos domésticos
Próximo Texto: Lavagem de dinheiro é investigada
Índice