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ANÁLISE
Contração pode trazer surpresas positivas
FLOYD NORRIS
DO "NEW YORK TIMES"
No final de 1999, o Departamento de Trabalho dos Estados
Unidos estimou o total de postos de trabalho do setor privado
no país em 110 milhões. O número para o final de 2009,
anunciado ontem e sujeito a
numerosas revisões antes que
cheguemos ao total final, foi de
108,4 milhões.
Isso representa um declínio
de 1,4%. No mesmo período, a
população cresceu 9,8%.
Desde a Segunda Guerra
Mundial, jamais houve um período de dez anos que se encerrasse com uma redução no número de postos de trabalho do
setor privado, mas a década em
questão foi especialmente
ruim. O boom dos anos 90 estava acabando, e os empregadores do país estavam desesperados por mão de obra. (Lembro-me de um artigo do "Wall
Street Journal" que falava sobre um empresário que havia
criado uma companhia cujo
trabalho era ajudar empresas a
encontrar ex-prisioneiros para
contratar e estava se saindo
bem.)
A década entre 2000 e 2009
se encerrou exatamente no
ponto mais baixo de um ciclo
de emprego, depois da pior recessão, em termos de declínio
no nível de emprego, desde a
Grande Depressão.
Durante a década de 90, o número de empregos do setor privado cresceu 21,2%, superando
largamente os 13,1% de crescimento da população.
(O emprego total, incluindo
os públicos, subiu 0,3% ao longo dos dez últimos anos. O total
foi de 130,5 milhões a 130,9 milhões de postos de trabalho.)
A dimensão da queda é um
dos motivos para que exista
tanta discussão sobre uma nova recessão ou uma recuperação com baixa criação de emprego. Mas na verdade deve
acontecer o oposto.
Da mesma maneira que o
boom dos anos 90 semeou futuras decepções, a contração
dos anos 2000 pode estar
abrindo o caminho para surpresas positivas.
É provável que muitas empresas tenham cortado demais
os seus quadros de funcionários, especialmente no começo
deste ano, e estejam chegando
perto de um momento em que
será necessário começar a repor pessoal mesmo que o nível
de demanda seja baixo.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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