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LEITE DERRAMADO
Empregados terceirizados foram dispensados; Tribunal de Justiça manda reunir processos na 29ª Vara
Parmalat já demite pessoal e pode parar
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Funcionários da Parmalat Alimentos foram colocados em aviso
prévio. Os empregados nessa situação são da área de segurança
da fábrica de Jundiaí (SP) e do setor de limpeza da unidade de Araçatuba (SP), segundo a Folha
apurou. A decisão da empresa de
dispensá-los acontece às vésperas
de uma possível paralisação na
produção da companhia, que pode ocorrer entre hoje e amanhã.
No total, sindicalistas calculam
que cerca de 80 empregados,
atualmente contratados de forma
terceirizada, devem deixar a empresa entre o final deste mês e o
início de março. Em Jundiaí, o
aviso prévio dos vigilantes da unidade fabril acaba dia 20.
Essa é a primeira ação da Parmalat Alimentos no sentido de
dispensar funcionários desde que
a crise financeira do grupo veio à
tona, em dezembro. A companhia
tem cerca de 6.000 funcionários.
Na última sexta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria
da Alimentação de Jundiaí foi informado do fato pelos próprios
empregados. Nesta semana, a entidade deve pedir esclarecimentos
à companhia. Em Araçatuba, o
sindicato do setor na região também foi informado do ocorrido
em meados de janeiro.
A Parmalat informa que, como
reflexo do atual momento de crise, a empresa teve dificuldades
para pagar em dia os seus prestadores de serviço. Com isso, alguns
contratos foram rescindidos.
O comunicado oficial da companhia aos funcionários em aviso
prévio não esclarece se novos empregados terceirizados serão contratados para a função.
Com o pedido de concordata já
enviado à Justiça no dia 28 de janeiro, a companhia tentou negociar a edição de uma medida provisória para tentar reverter sua situação. Representantes da área
econômica do governo já descartaram, porém, essa possibilidade
na semana passada.
A MP anteciparia parte das normas da Lei de Falências, ainda não
aprovada pelo Congresso, para
dar sobrevida à empresa.
Sem recursos para comprar matérias-primas e endividada com
fornecedores de embalagens, a
companhia pode parar a produção hoje, segundo rumores. Reuniões das áreas Comercial e de Recursos Humanos da empresa na
sexta-feira traçaram um cenário,
para esta semana, com paralisação temporária das sete unidades.
Porém sem demissão de funcionários no momento (eles podem
permanecer em banco de horas).
Tribunal designa juiz
Foco de ações em diferentes varas cíveis, a Parmalat tem sido objeto de uma saia justa, no mínimo
constrangedora, entre juízes do
Fórum Central de São Paulo.
O juiz da 29ª Vara Cível, Nuncio
Theophilo Neto, solicitou na sexta-feira que todos os processos relacionados à empresa fossem encaminhados para ele. Theophilo
analisa pedidos de falência e concordata da companhia. O juiz da
42ª Vara Cível, Carlos Henrique
Abrão não gostou.
Está na sua alçada o processo do
banco Sumitomo, atual credor,
contra a empresa. E ainda uma
denúncia de um ex-funcionário.
O Tribunal de Justiça teve de intervir. Segundo a Folha confirmou no sábado, o desembargador Mohamed Amaro, vice-presidente do Tribunal de Justiça/SP,
designou, por meio de liminar, o
juiz Theophilo como aquele que
decidirá todas as questões.
"Ele [Theophilo] vai cuidar de
todos os milhares de processos da
empresa que existem na Justiça?
Sei.", disse Abrão.
Autoridades do Principado de
Mônaco bloquearam uma conta
da Parmalat existente na região
no valor de 2 milhões. O pedido
foi feito pela polícia italiana que
investiga a empresa.
Com agências internacionais
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