São Paulo, domingo, 09 de abril de 2000


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RISCO NO AR
contra crise nos EUA", diz Bacha Para economista, Brasil deve se precaver contra surpresa
"Superávit é seguro do Brasil


de Londres

Os riscos de uma crise nos Estados Unidos são reduzidos, mas, de qualquer maneira, o Brasil devia se precaver para evitar ser pego de surpresa, diz o economista Edmar Bacha, do banco BBA, em Nova York.
"O Brasil devia contrair desde já um seguro contra uma eventual crise nos EUA", diz Bacha. "A melhor coisa que o país tem a fazer é depender cada vez menos de capitais externos."
O seguro sugerido por Bacha consiste em promover o crescimento econômico com base em exportações, de modo que a balança comercial produza superávit e o país dependa de menos divisas para fechar suas contas externas.

Saída de dólares e inflação
Os efeitos de uma crise dos EUA no Brasil poderiam ser muito fortes. Se os investidores estrangeiros entrassem em pânico e tirassem seu dinheiro do país, a saída dos dólares geraria forte desvalorização do real, o que pressionaria a inflação.
O governo teria de subir os juros para conter a alta dos preços, com os efeitos colaterais conhecidos, como a inibição do crescimento econômico e o desequilíbrio das contas públicas.
"Mas o mais provável é que os EUA não entrem em crise. Acredito que a maior chance é que os Estados Unidos continuem crescendo, mas num ritmo mais suave", diz Bacha.

Crescimento menor
Nas contas do economista brasileiro, o atual ritmo da economia indica que os EUA devem crescer 4,5% em 2000. "Há 20% de chance de que a economia cresça mais rápido do que o desejado e outros 20% de que haja crise, mas o cenário mais provável é uma redução gradual da taxa de crescimento."



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