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TELES
Bancos querem trocar débitos de US$ 1,5 bi por ações
Credores devem assumir controle da BCP nas próximas semanas
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O impasse que existe atualmente na operadora de telefonia celular BCP, que opera na banda B da
Grande São Paulo, pode ser resolvido nos próximos dias. A operadora, que não pagou US$ 375 milhões em março de 2002 para bancos credores, deve deixar de ter a
americana BellSouth entre seus
acionistas. A participação desse
conglomerado na operadora, que
é de 45,4%, deve ser absorvida pelos credores, que deixariam de cobrar os débitos.
Um executivo que acompanha
as negociações disse ontem que os
entendimentos estão em fase
avançada. O acordo pode ser concluído nos próximos dias. A nova
estrutura societária incluiria a
Verbier (empresa dos irmãos
Moise e Joseph Safra), que reduziria sua participação de 45,4%.
Os 34 bancos credores passariam a ter 34% das ações. O grupo
Oesp (edita o jornal "O Estado de
S.Paulo"), Splice e BSB, também
sócios da operadora, com 5,2%,
2,2% e 1,8% do capital, respectivamente, devem permanecer na
BCP no início da nova fase.
Na realidade, o objetivo dos
bancos credores é conseguir o
controle da BCP para então vendê-la. Três grupos estão interessados na aquisição: TIM (do grupo
Italia Telecom), Telecom Americas (do conglomerado mexicano
América Móvil) e Oi (da empresa
brasileira Telemar).
Esses três grupos querem se firmar na Grande São Paulo e competir com a nova operadora Vivo. A BCP tem 1,7
milhão de usuários.
A dívida total da BCP é de cerca
de US$ 1,5 bilhão. A empresa
mergulhou em uma crise financeira em março de 2002, quando
deixou de pagar débitos de US$
375 milhões. A BellSouth se recusou a injetar mais dinheiro em
uma empresa que dava prejuízo.
Em 2001, a BCP teve prejuízo de
R$ 1,05 bilhão.
A Verbier estava disposta a pagar cerca da metade da dívida,
desde que a BellSouth fizesse o
mesmo. Não houve acordo, e a
BellSouth aceita atualmente deixar de ser acionista da BCP. A gerente de comunicações da BellSouth, Maria Schnabel, afirmou
que os entendimentos para fechar
um acordo estão em andamento.
Em março, a BellSouth e a Verbier venderam sua outra operadora no Brasil, a BSE, que atua no
Nordeste, por US$ 170 milhões.
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